Capitão do Costa Concordia nega demora em acionar alarme

21/01/2012 15:33 - Brasil/Mundo
Por Redação

O capitão do navio de cruzeiro Costa Concordia, que atingiu uma rocha e afundou perto de uma ilha na Itália, afirmou a magistrados ter informado os proprietários do navio do acidente imediatamente, negando uma suposta demora para ativar o alarme, afirmaram fontes judiciais neste sábado.

O capitão Francesco Schettino foi acusado de provocar o acidente em 13 de janeiro no qual ao menos 12 pessoas morreram. Ele está em prisão domiciliar, acusado de homicídio múltiplo, provocar um naufrágio e abandonar a embarcação antes que os passageiros tivessem evacuado.

Suas declarações a procuradores que investigam o desastre, divulgadas na imprensa italiana e confirmadas por fontes judiciais, ressaltam a crescente disputa entre ele e a Costa Cruise Lines, que operava a embarcação de 114,5 t.

Equipes de mergulhadores retomaram as operações de buscas neste sábado, mas as esperanças de encontrar mais alguém vivo já se esgotaram.

Vinte e uma pessoas ainda estão desaparecidas.

Procuradores afirmaram que Schettino conduziu o navio a 150 m da ilha Giglio para realizar uma manobra conhecida como "saudação" - um cumprimento às pessoas da ilha. Ele admitiu ter chegado muito perto da costa, mas negou deter toda a responsabilidade, afirmando que outros fatores podem estar envolvidos.

Segundo transcrições publicadas pela imprensa italiana de seu interrogatório por procuradores, ele disse que imediatamente após atingir a pedra enviou dois funcionários para a sala de máquinas com o objetivo de checar o estado do navio.

Assim que percebeu a escala dos danos, ele telefonou para Roberto Ferrarini, diretor de operações da Costa Cruises. "Eu disse a ele: me envolvi em uma confusão, houve contato com o fundo do mar. Estou dizendo a verdade, passamos sob Gigio e houve um impacto", disse Schettino.

"Não consigo me lembrar de quantas vezes liguei para ele na hora e nos quinze minutos seguintes. Em todo caso, estou certo de que informei Ferrarini sobre tudo em tempo real", disse, acrescentando que pediu à companhia para enviar rebocadores e helicópteros. O presidente-executivo da Costa Cruises, Pier Luigi Foschi, afirmou que Schettino demorou para emitir o alerta SOS e ordens de evacuação, além de ter dado informações falsas para a companhia.

Naufrágio do Costa Concordia
O cruzeiro Costa Concordia naufragou na última sexta-feira, dia 13 de janeiro, após colidir em uma rocha nas proximidades da ilha de Giglio, na costa italiana da Toscana. Mais de 4,2 mil pessoas estavam a bordo. Até o sábado, dia 21, 12 mortes haviam sido confirmadas. Ainda há desaparecidos, e prosseguem os trabalhos de busca. O Itamaraty informou que 57 brasileiros estavam a bordo do navio, mas nenhum deles está entre as pessoas não encontradas.

O navio, que tem 290 metros de comprimento e 114,5 mil toneladas, margeava a ilha de Giglio quando houve a colisão, imediatamente começando a adernar. Houve pânico e reclamações de despreparo da tripulação. O comandante do Costa Concordia, Francesco Schettino, foi acusado de ter abandonado o navio. Ele disse que estava no comando, mas um áudio divulgado para a imprensa, em que há uma discussão entre ele e a Guarda Costeira, indica que o capitão já estava na costa no momento do resgate.

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