Freada da economia deve garantir 'cenário mais tranquilo', diz economista
A freada da economia global na esteira da crise europeia fez a inflação desacelerar com força nos últimos meses de 2011 e deve garantir um "cenário mais tranquilo" para os índices de preços tanto ao consumidor como no atacado, segundo Salomão Quadros, economista da FGV (Fundação Getulio Vargas).
Com a demanda mais fraca, diz, o IGP-DI encontrou espaço para ceder principalmente por conta da redução dos preços dos insumos industrias e das commodities. O resultado foi que o índice fechou 2011 com alta de 5%, menos da metade da taxa de 2010 (11,30%).
Em dezembro, o índice teve deflação de 0,16% por conta da queda de preço no itens ao produtor, medidos pelo IPA (-0,55%). Quadros avalia que é "possível" novas taxas negativas do IGP-DI por conta de novas deflação de insumos e matérias-primas, cujos preços caem diante de um cenário de menor demanda mundial.
O economista disse que é "muito provável" que a deflação do atacado chegue aos preços ao consumidor, em razão da magnitude de queda de preços de produtos agrícolas e industriais no atacado --que recuaram 0,47% e 0,58% em dezembro, respectivamente.
Em dezembro, o IPC (Índice de Preços ao Consumidor), porém, sofreu uma aceleração e fechou o mês com alta de 0,79% --havia sido de 0,53% em novembro.
Para Quadros, o avanço foi um "repique" e o ano de 2011 deve começar com taxas mais baixas da inflação ao consumidor.
O economista recorda ainda que a crise de 2008/2009 fez o IGP-DI fechar 2009 com a primeira e única deflação anual da sua história (-1,43%).
"Talvez não tenhamos uma queda desse tamanho. Até porque a crise agora se mostra mais branda. Mas há espaço para o recuo da inflação", disse.
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