A primeira audiência de instrução do processo que investiga o sequestro seguido de assassinato da estudante de fisioterapia Giovanna Tenório teve início nesta segunda-feira (09), no Fórum de Maceió, localizado no Barro Duro. Ao todo, 11 testemunhas de acusação foram arroladas pela promotoria, mas apenas cinco estão presentes, e vão prestar depoimento ao juiz substituto da 8ª Vara Criminal da Capital, Edvaldo Landeosi.
O casal Antônio Bandeira, o Toni, e Mirella Granconato é o principal suspeito do brutal assassinato que chocou a população alagoana em junho de 2011. Mirella é apontada pela polícia como a autoria intelectual do crime e já está no Fórum, com o advogado de defesa Raimundo Palmeira. No entanto, ela não acompanha os depoimentos a pedido das testemunhas, que segundo Palmeira, teriam alega não ficarem a vontade com a presença de Mirella.
Os depoimentos tiveram início às 8 horas, com a presença do promotor, Flávio Gomes, o advogado da família de Giovanna, Welton Roberto, e o advogado de defesa de Toni Bandeira e Mirella Granconato, Raimundo Palmeira.
A irmã da estudante, Larissa Tenório, foi a primeira a ser ouvida pelo magistrado. Em seu depoimento, Larissa confirmou o rápido relacionamento que a universitária manteve com Toni Bandeira. Ela declarou ainda que por duas vezes a irmã foi agredida por Mirella, sendo a primeira na boate Le Hotel, e a segunda durante uma festa no município de Rio Largo, local onde o casal reside.
Larissa Tenório reforçou ainda que o relacionamento entre Giovanna e Toni não era bem visto pela mãe, que acreditava que um homem casado ou separado não era ideal para estar com a estudante. Mesmo assim, a jovem ignorou a opinião da mãe e continuou saindo com o empresário de Rio Largo.
Ainda em depoimento, Larissa explicou que dois dias antes do desaparecimento, a irmã manteve contato por telefone com Toni Bandeira. Segundo ela, o empresário havia pedido a Giovanna que retirasse o boleto de pagamento de mensalidade na faculdade para lhe entregar. Quando a estudante desapareceu, a primeira pessoa que a mãe de Giovanna pediu que Larissa ligasse foi para Toni.
Mirella Granconato foi denunciada pelo Ministério Público Estadual que não duvida do envolvimento dela no assassinato. Agora, o órgão pretende apresentar provas contundentes para também incriminar Toni Bandeira e o caminhoneiro Luiz Alberto Bernardino, segundo o promotor Flávio Gomes.
Com o final das audiências, o juiz vai determinar se Toni e Mirella serão pronunciados pelo crime e julgados pelo tribunal do júri. Se isso acontecer, sete jurados do conselho de sentença decidem o destino do casal e se ambos são os responsáveis pela morte da estudante. Pelo crime, eles podem pegar uma pena superior a 30 anos de prisão e por se tratar de um crime hediondo, não terão direito a regime aberto. Eles foram denunciados por homicídio qualificado, sequestro e ocultação de cadáver.
Desde que iniciaram as investigações, a justiça determinou a prisão preventiva de Granconato, assim como Bandeira. Ele chegou a ser liberado, mas teria que cumprir algumas exigências como o uso de tornozeleira, mas após danificar o monitoramento eletrônico, foi novamente preso.