A Secretaria de Estado da Mulher, da Cidadania e dos Direitos Humanos (SEMCDH) captou cerca de R$ 6 milhões em recursos dos governos estadual e federal para investir, em 2012, na promoção da melhoria da qualidade de vida de pessoas em situação de vulnerabilidade e no enfrentamento à violência.

Uma das prioridades do órgão é atender pessoas em condição de violência. Cerca de R$ 1,5 milhão serão utilizados para criação de três núcleos especializados de atendimento à mulher vítima de violência; construção de duas Casas Abrigo, em Maceió e Arapiraca, também com o objetivo de receber mulheres em situação de violência; organização de um núcleo de enfrentamento ao tráfico de pessoas em Alagoas e implantação de um centro de referência em direitos humanos no Estado.

“Queremos criar centros e núcleos para fortalecer as redes de proteção para aquelas pessoas em situação de extrema vulnerabilidade social e necessitadas de amparo. É fundamental dar apoio e assistência para a reinserção destas pessoas na sociedade civil”, explicou a secretária da Mulher, Katia Born.

A autonomia econômica e financeira é outro foco prioritário na gestão de 2012, que tem como uma das principais iniciativas o projeto ‘Construção civil x autonomia econômica e financeira da mulher alagoana’. A ideia deste programa, que tem verba de R$ 480 mil, é promover independência financeira de mulheres em situação de vulnerabilidade por meio da igualdade no campo de trabalho.

Outro plano de mesma linha pretende oferecer a entrada produtiva de 120 mulheres de comunidades quilombolas no mercado trabalho por meio de cursos de capacitação profissional e oportunidade de emprego e geração de renda – a princípio, na linha do artesanato para valorizar e respeitar os valores tradicionais desta população.

“O projeto Saber Tradicional das Mulheres Quilombolas é mais uma vitória nossa em prol desta comunidade. Investiremos R$ 155 mil na implantação desta ideia. Vai ser maravilhoso poder promover a entrada destas mulheres no mercado de trabalho e, assim, proporciona-lhes independência financeira”, disse Katia Born.

De acordo com a secretária adjunta, Nadja Lessa, a secretaria pretende inserir novas comunidades em projetos como este. “Paralelamente ao ‘Saber Tradicional das Mulheres Quilombolas’, queremos potencializar as atividades de subsistência e torná-las capazes de gerar autonomia econômica”, garantiu ela.

Ainda para atender à comunidade quilombola, a SEMCDH vai adquirir seis mil filtros de cerâmica, ao custo de R$ 312 mil, para minimizar danos à saúde decorrentes da má qualidade da água disponível nos locais.

Para viabilizar a inclusão sociocultural e produtiva de mulheres rurais, a Secretaria da Mulher criou dois projetos de estruturação e fortalecimento para o desenvolvimento destas ações, com o valor de R$ 1,677 milhão. A ideia é firmar a cidadania e autonomia financeira destas mulheres para, assim, incluí-las na sociedade e valorizar as tradições.

Um dos projetos que mais captou recursos foi a criação de um observatório da violência contra a mulher. Serão utilizados R$ 1,311 milhão na criação de uma ferramenta software capaz de qualificar dados precisos para traçar o perfil e a situação da mulher em Alagoas. “Vamos usar a tecnologia a nosso favor. É informatizar para fortalecer a rede de atendimento à mulher”, disse Katia Born.

Mesmo com os R$ 6 milhões já garantidos, a Secretaria da Mulher ainda espera aprovação e liberação de verba para outros projetos também encaminhados ao governo federal e que estão em caráter de análise. “Já estou muito satisfeita com o montante captado, mas ainda aguardo o restante. Enquanto isso, é arregaçar as mangas e trabalhar duro por esta população tão carente de direitos e ações que melhorem a qualidade de vida”, expôs Katia Born.