O advogado Petrúcio Melo, que defende o policial civil Jasley Oliveira, irmão de Judarley Oliveira, acusado de matar o modelo Erick Alexandre Ferraz, na virada do ano, afirma que não tem nada contundente contra o seu cliente e afirmou ao Cadaminuto que irá ingressar com uma medida cautelar para garantir a sua liberdade.

“Na verdade o que percebi foi que não há prova indicial legal para que ele continue preso. Nada foi apurado, logo não há nada que determine a prisão do policial. Apenas se basearam num depoimento equivocado de uma única testemunha. Como pode ter atirado com a sua pistola se todas as munições estão intactas?”, enfatiza o advogado, que é do Sindicato dos Policiais Civis (Sindpol). O Instituto de Criminalística (IC) ainda não recebeu do Médico Legal (IML) os projéteis retirados do corpo do modelo, tampouco a pístola do policial.

Melo afirma ainda que a defesa está atenta e poderá processar por falso testemunho a pessoa que deu tal depoimento incriminando Jasley. “O sindicato entende então que, até o momento, não há provas contra o sindicalizado e por isso acreditamos na inocência dele”, reforça o advogado.

O advogado disse ter colhido junto ao policial que no dia do crime teria tentado conter o irmão Judarley. “Ele passou a mão na cintura do irmão para ver se estava armado, mas não sabia que guardava uma arma na genitália. Ainda se abraçou com ele para evitar que atirasse no rapaz, mas não teve jeito. Quando ele se levantou, viram que tinha uma pistola na cintura e daí veio a dedução. Só que ele portava a arma na qualidade de policial exposto ao perigo”, afirma Melo.

O defensor do policial também informou ao Cadaminuto que de comum acordo, da mesma forma que entregou a sua pistola 380 ao delegado Belmiro Cavalcante, da Regional de Viçosa, responsável pelo inquérito, disponibilizou a chave da sua casa para possíveis buscas.

Por meio da defesa, a família do policial emitiu a seguinte nota:

“A família do policial civil Jasley Oliveira reafirma a inocência dele no episódio da morte modelo Eric Ferraz, morto a tiros durante festa de réveillon em Viçosa. Em nenhum momento o agente participou do crime, atribuído exclusivamente ao irmão dele, nem tampouco efetuou disparos de arma de fogo contra a vítima. Prova disso é que o policial não se ausentou da cidade em nenhuma ocasião e entregou espontaneamente a arma dele ao delegado que cuida do caso para que seja submetida a exame de balística. A pistola é registrada e servirá de prova para demonstrar que Jasley não efetuou disparos, como afirma uma única testemunha.

O advogado de defesa já prepara o pedido de relaxamento da prisão. Assim como a polícia, a família espera que Judarley Oliveira se apresente e responda por seus atos ao mesmo tempo em que reitera as condolências aos familiares da vítima. Sobre as declarações inverídicas de Gervásio Oliveira, estas não merecem crédito e por isso não serão comentadas”.

Instituto de Criminalística

Até o início da noite desta quarta-feira (04), o Núcleo do Setor de Balística do Instituto de Criminalística (IC) não havia recebido a pistola do policial, que está preso na Casa de Custódia.

Enquanto se propaga a urgência na elucidação do caso e a agilidade no processo, outra informação colhida pelo Cadaminuto é a de que os projéteis retirados do corpo de Erick Ferraz que estão no Instituto Médico Legal (IML) sequer foram enviados ao IC.