A Espanha chegará a Londres 2012 para a última Olimpíada a ser disputada sob a vigência do Plano ADO (sigla para a instituição local Associação Esportes Olímpicos), que deve ajudar com 12 milhões de euros (R$ 29 milhões) os cerca de 300 atletas do país que competirão no Reino Unido no ano que vem. As informações foram publicadas nesta sexta-feira pelo diário El País, com sede em Madri.

Desde 1988, quando o programa foi criado para estrear nos Jogos de Barcelona 1992, o objetivo de melhorar os resultados espanhóis foi alcançado. A Espanha somava 26 medalhas - sendo cinco de ouro - em toda a história olímpica até Seul 1988. A partir de então, competiu em mais cinco edições do evento e contabilizou outros 87 pódios, com 29 ouros.

Em Londres 2012, os atletas do país ibérico repartirão aproximadamente R$ 29 milhões do plano. De acordo com o jornal, o Conselho Superior de Esportes (CSD) nacional prevê a conquista de 19 a 22 medalhas. Caso o número mais otimista seja alcançado, o recorde histórico de Barcelona 1992 será igualado.

A entidade não precisa quantas dessas premiações seriam douradas, mas é difícil pensar em repetir as 13 obtidas como mandante há 19 anos. Em Atlanta 1996, foram 17 pódios espanhóis (com cinco primeiros lugares); em Sydney 2000, 11 (com três); em Atenas 2004, 19 (com três); e em Pequim 2008, 18 (com cinco).

Conforme havia sido estabelecido, o programa ADO, no qual as principais empresas espanholas e a TVE se compromissaram a incentivar financeiramente os esportistas locais de alto rendimento, é válido somente até o ciclo olímpico que se encerra em Londres 2012.

Assim, o diário El País mostra preocupação com o futuro do esporte no país que tem atualmente, entre outras estrelas, o tenista Rafael Nadal, o jogador de basquete Pau Gasol, o ciclista Alberto Contador, os pilotos Fernando Alonso e Jorge Lorenzo e os jogadores de futebol Xavi Hernández e Andrés Iniesta.

Um dos país mais afetados pela crise da zona do euro, a Espanha deve começar a diminuir o pressuposto financeiro concedido pelo CSD às federações. "Londres marcará o fim de um sistema, que agoniza tanto pela dificuldade de que as empresas privadas mantenham suas cifras de patrocínios como porque o modelo está esgotado", aponta o veículo.

No Brasil, que será sede dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro 2016, os esportistas, dos estudantis aos olímpicos, são auxiliados pelo Programa Bolsa Atleta. Em 2011, o Ministério do Esporte ajudou a financiar 3.165 atletas de 48 modalidades. Com essa iniciativa, o governo gastou R$ 3,7 milhões mensais durante o ano.