A Huawei Technologies , fabricante chinesa de equipamentos de telecomunicações com valor de mercado de US$ 30 bilhões, adotou este ano um sistema que permitirá que seus principais executivos se revezem por períodos de alguns meses no cargo de presidente-executivo.

O sistema de presidência rotativa, anunciado nesta quarta-feira (28) pelo fundador e presidente-executivo Ren Zhengfei em sua mensagem de final de ano, aparentemente tem por objetivo preparar uma transição tranquila quando Ren, de 67 anos, deixar o posto, ainda que não se saiba quando ele pretende se aposentar, segundo analistas.

"A Huawei está entrando na era pós-Ren", disse Ji Yongqing, autor do livro "O Mundo da Huawei". "A companhia espera realizar uma transferência de poder suave e firme de seu fundador e líderes de primeira geração para a segunda geração".

A Huawei, criada por Ren, um empresário avesso à mídia em 1987, se tornou a segunda maior fabricante mundial de equipamentos de telecomunicações, mas nunca havia publicado seu plano de sucessão. Os funcionários da empresa de capital fechado são seus acionistas.

"O sistema rotativo é melhor do que depender de uma só pessoa para o sucesso da companhia", escreveu Ren em sua mensagem de final de ano aos 130 mil funcionários da empresa, reproduzida por sites chineses de notícias.

A nova estrutura requer que diversos executivos de primeiro escalão da Huawei, entre eles, o vice-presidente do conselho Guo Ping e outros membros do conselho, atuem por seis meses como presidente-executivo, conforme a carta de Ren e uma fonte próxima à Huawei.

Ren, que revelou na carta ter passado por duas cirurgias para combater um câncer, anos atrás, espera que o novo sistema ajude a reforçar a governança corporativa, enquanto a Huawei busca expansão mundial, disseram analistas e a fonte.

"A empresa está se preparando para continuar sua expansão. Nessas circunstâncias, a governança se tornou extremamente importante", disse a fonte. "Por isso, Ren adotou esse sistema de comando".