Transitar em Maceió, principalmente na região central, já se tornou uma espécie de vislumbre da destruição. Afora as pessoas caídas em cada esquina, compondo a paisagem urbana onde os espaços públicos, significativamente depredados, servem de palco para o vandalismo e o tráfico de drogas. Nem mesmo o investimento com segurança particular foi o suficiente para manter livre da ação de vândalos o Memorial à Republica, em Jaraguá, inaugurado em 2005.
O Coreto de Maceió, localizado na Avenida da Paz, foi construído em 1927 e que além de deixar mais bonita a Orla, serviria também para apresentações culturais. Porém, não é o que se vê. Além das pichações e muita sujeira, o lugar abriga moradores de rua.
De acordo com a assessoria de comunicação da Secretaria de Estado da Cultura de Alagoas, são feitos investimentos na cidade, no entanto, a população não tem respeito com a própria história.
“Nós fazemos a nossa parte. Só que tem coisas que fogem do nosso controle. Não sabemos de que forma conseguiram arrancar o braço da estátua. Nós temos câmeras de segurança e agora vamos investir em segurança presencial”, afirmou a assessoria. A estátua será consertada, porém ainda não há uma definição de data, uma vez que a obra precisa de licitação.
A falta de iluminação contribui para que as praças fiquem abandonadas. Fica praticamente impossível transitar com segurança à noite nas Praças Sinumbú, localizada no Centro da capital alagoana, e Dois Leões, em Jaraguá. Contexto que faz as pessoas se afastarem cada vez mais de um símbolo de interação entre famílias e amigos. Até o Mirante de São Gonçalo, no bairro do Farol, sofre com ação de vândalos. As duas estátuas estão danificadas, uma delas, teve os dois braços arrancados.
Em União dos Palmares, depois do roubo da imagem que ficava ao lado da Capela de Nossa Senhora de Fátima, essa semana foi a vez do cajado que compunha a imagem de Padre Cícero. Nenhum morador soube informar quem levou o objeto, o que se sabe, é que a falta de segurança predomina em todo o Estado.
Falta respeito da população
De acordo com a psicóloga, Silvana Barros, há uma falta de respeito generalizada. “Estamos vivendo uma pós-modernidade em que há um aumento da criminalidade, e que os limites estão frouxos. Hoje é comum colocar a culpa nas drogas, o que não passa de desculpa. Enquanto não houver limites e punições a altura, vamos continuar presenciando crimes dessa natureza”, frisou a psicóloga.
Revitalização das Praças
Em Maceió existem 154 praças, 62 delas foram completamente recuperadas com tratamento de restauração de passeio, pintura canteiro, iluminação, manutenção das árvores, grama em placas e bancos. Além das praças, doze mirantes foram recuperados, porém, os serviços não surtiram efeito.
De acordo com o diretor de Praças e Jardins do Instituto do Meio Ambiente (IMA), José Rubens, em fevereiro, haverá um reforço na recuperação dos espaços. “Estamos com uma nova administração e vamos fazer um trabalho ainda melhor nas praças. Temos praças com pontos críticos, que são a Sinimbu, Martírios e Deodoro. Nem mesmo o Tribunal de Justiça consegue impedir a ação de vândalos na Praça Deodoro”, colocou.
Ainda de acordo com José Rubens, faltam investimentos para garantir a segurança. “Seria importante que todas as secretarias conseguissem fazer o seu papel. Poderíamos ter câmeras de vigilância em praças mais críticas, não só para garantir a segurança das praças, mas a todos que precisam transitar”, afirmou o diretor de Praças e Jardins, José Rubens.