Relatório aponta delegacias em “estado terminal”

21/12/2011 08:09 - Maceió
Por Redação
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Foram duas semanas de viagens e visitas às delegacias de polícia do interior alagoano, das regiões do Litoral Norte, Sertão, Agreste, além dos distritos policiais da capital, que resultaram em um relatório apontando a situação precária, como superlotação de presos, estrutura abandonada, falta de equipamentos e desvio de função.

O grupo formado por membros do Sindicato dos Policiais Civis de Alagoas (SINDPOL) visitou os municípios de Anadia, Atalaia, Barra de Santo Antônio, Cacimbinhas, Japaratinga, Maragogi, Matriz do Camaragibe, Minador do Negrão, Palmeira dos Índios, Porto Calvo, Santana do Ipanema, São Luiz do Quitunde, Teotônio Vilela, além do 2º, 3º, 6º e 9º distrito de Maceió. 

O relatório apontou que as delegacias estariam em “estado terminal” e que além da estrutura abandonada e precária, foi levantada suspeitas sobre algumas reformas. Segundo o relatório, delegacias que foram reformadas há alguns anos e continuam sem o funcionamento correto, teriam usado verba pública de forma ilegal e o próprio Sindpol teria solicitado ao Procurador-Geral de Justiça, Eduardo Tavares a apuração dos fatos.

De acordo com o vice-presidente do Sindpol, José Edeilto Gomes, o relatório ainda não estaria completo, uma vez que é um trabalho de análise minucioso e alguns detalhes não poderiam ser divulgados. No entanto, o documento apresentado é um amostra da situação periclitante das delegacias.

“Esse relatório é apenas uma amostra da situação terminal das delegacias. Falta de estrutura e segurança para os próprios policiais são comuns. Nós tentamos combater esse crime desenfreado mas também somos reféns”, disse.

Já o diretor jurídico do sindicato, Stélio Pimentel, foi mais contundente em suas afirmações sobre a atual situação das delegacias e segurança pública. “A situação é ruim já faz 5 anos e pode se agravar, porque a conduta do governo não muda. As prioridades são outras. Os nossos policiais deixam de executar as suas funções, de investigadores para tomar conta de preso, ser carcereiro”, afirmou.

Além da falta de estrutura para o trabalho, os membros do Sindpol apontaram falhas no sistema, onde, tanto os presos quanto os policias vivem um dia a dia de incertezas. Muitos detentos que vêm de outras comarcas, passam fome nas delegacias, uma vez que a alimentação repassada pelo governo não é suficiente e as famílias, em alguma situações, moram longe e não fazem as visitas.

Com relação aos policiais, Edeilto Gomes revelou um fato, que no último final de semana, na delegacia de Campo Alegre, um agente que cuidava sozinho de 14 presos, teve uma hemorragia nasal, não podia abandonar o posto e também não conseguiu ninguém para lhe render, sendo obrigado a esperar até o final do plantão.

O relatório contendo todas as reivindicações, além das análises e fotos feitas em todos os distritos visitados, será entregues ao Conselho de Segurança, ao Ministério Público e no Tribunal de Justiça.

ARRASTÃO

Outro assunto abordado durante a coletiva, foi a série de notícias sobre arrastões, onde população e governo divergem sobre a existência e quantidade dos chamados “arrastões” neste final de ano.

“A postura do sindicato com relação a isso, é aconselhar a população a tomar cuidado, resolver as suas coisas da forma mais rápida e prática possível, sem andar com muito dinheiro e pertences na mão ou nas bolsas. E o governo, tem a obrigação de garantir segurança parta todos e tenham certeza, que fazemos a nossa parte”, finalizou Edeilto Gomes.

Veja o vídeo abaixo.

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