Acidentes da AL 220 são discutidos em audiência pública de Campo Alegre

17/12/2011 07:54 - Interior
Por Redação
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O deputado estadual Joãozinho Pereira (PSDB) participou na manhã desta sexta-feira (16.12.11), na cidade de Campo Alegre, da terceira sessão pública sobre o replantio e posterior remoção das árvores que margeiam a rodovia AL-220, no trecho que compreendem os municípios de São Miguel dos Campos a Campo Alegre. A sessão proposta pelo vereador José Cícero, o Jura, contou com as presenças do diretor-presidente do Instituto do Meio Ambiente (IMA), Adriano Augusto, do gerente agrícola da Usina Porto Rico, Carlos Monteiro, do procurador do município Ricardo Araújo e do promotor de Justiça Anderson Chaves.

O assunto vem sendo debatido nas cidades do agreste alagoano, com o intuito de diminuir o alto número de mortes provocadas em acidentes ocorridos ao longo da rodovia. De acordo com dados do Departamento de Estradas e Rodagens (DER), entre os anos de 2008 e 2010, cerca de 87 pessoas morreram vítimas de colisão com as árvores nesse trecho.

Com a presença do dirigente da Usina Porto Rico, Joãozinho Pereira afirmou que a sessão realizada na cidade de Campo Alegre foi o divisor de águas para dar continuidade às discussões.

“A Porto Rico é peça fundamental, com o Governo do Estado e o IMA para que juntos possamos escolher a área onde será feito o replantio, pois não pode ser feito a retirada, sem antes acontecer esse replantio, com a usina cedendo a área e o IMA as mudas. Tenho que a Porto Rico como parceira, para que possamos possa fazer resolver essa questão de uma vez por todas. Cada uma dessas novas árvores vai representar vidas perdidas nos acidentes”, disse Pereira.

O gerente Agrícola da Usina Porto Rico, Carlos Monteiro, fez uma explanação sobre as ações ambientais promovidas desde 2002, até o ano passado. Segundo ele, mais 205 mil árvores foram plantadas dentro do território da usina nesses últimos anos, além da revitalização nas áreas de encostas e nas matas ciliares.

“A Usina Porto Rico nunca quis encobrir nenhum crime ambiental, pelo contrário, sempre trabalhamos para promover ações como esta e na distribuição de árvores para os municípios vizinhos como Arapiraca, Taquarana e Anadia”, colocou Monteiro.

Mais de 11 funcionários da Porto Rico morreram em acidente na rodovia AL-220. Ao falar sobre o plantio das árvores às margens da estrada, o gerente Agrícola garantiu que a iniciativa era positiva para o meio ambiente. “Nós plantamos essas árvores na estrada acreditando que seria um bem, pois são frutíferas. Com a intenção que as pessoas ao trafegar pela rodovia pudessem degustar dessas frutas. Mas com o tempo fomos observando que elas têm causado grande preocupação pelos acidentes. As árvores não causam acidentes, ele acontecem, mas as mortes são causadas como impacto com essas árvores”.

O diretor do IMA, Adriano Augusto, destacou a importância da realização das audiências públicas nas cidades que margeiam a rodovia, afirmando que as discussões são o caminho mais inteligente de dar oportunidade democrática para discutir a possível retirada ou não das árvores.

O vereador Jura lembrou os munícipes de Campo Alegre que faleceram em acidentes após se chocarem com as árvores. “Com essas audiências públicas conscientizamos a população de que não estamos cometendo nenhum crime ambiental e sim garantindo mais segurança para aqueles que trafegam na AL-220”, disse.

Joãozinho Pereira voltou a cobrar a presença de representantes do Departamento de Estradas e Rodagens (DER) nas sessões públicas. “É um assunto que mexe com muita gente. Desde familiares de vítimas, ambientalista, IMA, IBAMA, Assembleia Legislativa, Câmaras de Vereadores. As discussões são a construção para um momento final e o DER não está presente”, reforçou, acrescentando que o Departamento enviou um representante na primeira audiência em Arapiraca, mas que este não poderia se pronunciar.

A representante das famílias enlutadas, Regineide Alcântara, reforçou o seu apoio ao projeto de retirada das árvores e convidou todos os presentes para participar de uma grande mobilização no dia 13 janeiro. A caminhada sairá de Campo Alegre em direção ao trecho onde ocorreu o acidente que vitimou fatalmente cinco membros de sua família.

“Saio daqui com toda a certeza de que as mentes contrárias ao projeto começam a amadurecer e a entender a ideia. Defendemos a vida e a preservação do meio ambiente. A mesa aqui é não é a favor da derrubada, antes que haja o replantio”, garantiu Joãozinho.

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