O Comitê Olímpico Internacional (COI) confirmou nesta segunda-feira "ter recebido a carta de renúncia de João Havelange", ex-presidente da Fifa.
A renúncia do dirigente brasileiro, 95 anos, membro do COI desde 1963, tinha sido anunciada pela agência de notícia Associated Press, que informou que esta decisão pode ter sido tomada para evitar uma eventual expulsão da entidade.
Nesta quinta-feira, a comitê executivo do COI deve analisar um relatório da comissão de ética, que investiga há um ano supostos casos de corrupção nos quais Havelange poderia estar envolvido.
A Fifa, por sua vez, também confirmou nesta segunda-feira que o ex-presidente da entidade renunciou à sua vaga de membro do COI.
"A Fifa tomou conhecimento da renúncia de João Havelange como membro do COI e do fato de o COI ter encerrado o caso correspondente", disse a entidade em comunicado enviado à agência Reuters.
"Sobre a Fifa, é importante ressaltar que João Havelange foi nomeado presidente de honra pelo Congresso da Fifa em 8 de junho de 1998. A Fifa não pode especular sobre qualquer decisão tomada pelo sr. Havelange."
Havelange, que presidiu a Fifa entre 1974 e 1998, estava sob investigação do COI por sua ligação com a ISL, antiga agência de marketing da Fifa que é suspeita de ter pago propina a dirigentes da federação responsável pelo futebol mundial.
A ISL faliu em 2001, com dívidas de US$ 300 milhões. Um programa da BBC de 2010 acusou Havelange de ter recebido dinheiro da ISL para garantir que a empresa fosse escolhida em lucrativos contratos de publicidade da Copa do Mundo.
O presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e chefe do comitê organizador da Copa do Mundo de 2014, Ricardo Teixeira, ex-genro de Havelange, também foi acusado de participação no mesmo esquema.
Havelange fez parte da vitoriosa campanha do Rio de Janeiro para sediar os Jogos Olímpicos de 2016, tendo feito um emocionado discurso de abertura antes da votação que deu a vitória à cidade brasileira, em 2009.
O comitê executivo do COI vai se reunir esta semana para discutir as investigações do comitê de ética sobre os três membros da entidade acusados de envolvimento no caso ISL e anunciar eventuais punições, que podem ir desde a suspensão temporária até a exclusão da entidade olímpica.
Além de Havelange, os outros membros membros são o chefe da federação internacional de atletismo, Lamine Diack, e Issa Hayatou, de Camarões.