A possibilidade das propagandas de bebidas alcoólicas serem proibidas no Brasil, assim como aconteceu com os cigarros, proposta pelo deputado federal alagoano, Givaldo Carimbão (PSB-AL) à Comissão Especial de Políticas Públicas de Combate às Drogas esta semana, já causa polêmica, pois vai atingir diretamente as agências de publicidade.
O relatório apresentado pelo deputado também propõe o aumento do imposto sobre a comercialização de bebidas e o aumento da pena para quem traficá-las, argumentando que a bebida é a porta de entrada para as drogas pesadas. Mas, segundo o publicitário da agência Clórus, Warney Lima, se a proposta for aprovada irá causar um grande impacto no mercado nacional.
“Já existe essa restrição para a indústria de cigarros e a propaganda só pode ser feita nos pontos de vendas. O mercado de bebidas movimenta bilhões, a exemplo da Ambev. Vemos os apelos na Globo, as marcas de cerveja patrocinam o futebol, apesar de se tratar de bebidas alcoólicas. Acho que esse projeto não vai pra frente, têm muitos interesses envolvidos, ainda mais com a Copa e as Olimpíadas chegando ”, destacou.
Segundo ele, o caminho é fiscalizar a venda de bebidas alcoólicas, destacando que em muitos países há um controle rígido na comercialização. “É preciso conscientizar para que menores de idade não consumam bebida alcoólica. Na Inglaterra, às 23h os pubs fecham, para que as pessoas voltem para casa e não se envolvem em acidentes na madrugada. O governo quer radicalizar para encobrir os erros”, afirmou.
Opinião
A estudante de direito, Walnisia Sarmento afirmou que a proibição da propaganda de bebidas não vai diminuir o consumo. Ela questionou a redução no número de fumantes, após medida semelhante.
"Muitos jovens consomem bebiba alcoólica, principalmente quando há incentivo em casa. A situação é ainda mais difícil de ser controlada. Acho que o caminho não é proibir a propaganda de cerveja. Se não houve educação, de nada vai adiantar",destacou.