Não é difícil encontrar nos municípios alagoanos uma primeira-dama que não seja responsável pela Secretaria de Assistência Social, Educação, ou Finanças. E foi justamente este quadro que permitiu que elas passassem a gerenciar as pastas de forma duvidosa, como mostrou uma reportagem do Fantástico no último domingo. Empregar a esposa como secretária não configura nepotismo, já que o cargo é de confiança política do prefeito, no entanto, primeira-dama não tem prerrogativa de função – o que permite que os próprios promotores abram procedimentos investigatórios para averiguar se o dinheiro público está sendo bem administrado.
Afinal de contas, recursos destinados a aquisição de merenda escolar estavam sendo usados na compra de whisky 12 anos, produtos de higiene pessoal e até mesmo ração de cachorro. A matéria divulgada em rede nacional pela TV Globo resgatou informações do envolvimento das primeiras-damas de Traipu, Juliana Kummer, Belo Monte, Mônica Tenório, Limoeiro de Nadia, Heloísa Barbosa e Lagoa da Canoa, Fabiana Apóstolo Lima foram indiciadas, durante a Operação “Mascotch”, deflagrada em março deste ano, em conjunto com a Polícia Federal.
A denúncia foi feita pelo Ministério Público Federal (MPF), mas o MPE deve dar seguimento às investigações, de acordo com o promotor de Batalha, que responde também por Belo Monte, Cláudio Galvão. Ele afirmou que tomou conhecimento de boa parte das denúncias através da imprensa.
“Vou ao município para começar as investigações. Ainda não posso adiantar muita coisa, pois vi as denúncias pela TV”, explicou o promotor.