O presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, afirmou nesta sexta-feira (25) que o vazamento de petróleo no campo operado pela Chevron, no litoral norte do Rio de Janeiro, não interfere na discussão da nova repartição dos royalties entre Estados, municípios e União.
Segundo ele, a finalidade do royalty não é compensar danos causados por acidentes, mas financiar outras atividades econômicas que substituam a exploração do petróleo quando as reservas do produto acabarem.
"Acidentes são compensados com multas", afirmou. "Não vejo porque esse acidente iria modificar a discussão [sobre os royalties]", disse, reafirmando que a posição da Petrobras é neutra quanto a distribuição dos recursos.
O governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), e deputados federais da bancada fluminense argumentaram nos últimos dias que o acidente reforça a necessidade dos Estados produtores receberem uma fatia maior dos royalties, como forma de compensar os danos ambientais causados pela exploração de petróleo.
Já o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), concordou com a posição de Gabrielli de que o acidente não muda a discussão.
Apesar disso, Alckmin voltou a defender que os Estados e municípios produtores continuem recebendo uma fatia maior dos royalties para financiar a infraestrutura necessária às atividades de exploração de petróleo.
"Nós vamos ter que fazer uma nova autoestrada para Caraguatatuba e Tamoios para atender à unidade de tratamento de gás, uma nova autoestrada para São Sebastião para atender os terminais da Petrobras e o porto, um túnel ligando Santos ao Guarujá porque não tem como passar a balsa devido à quantidade de navios", enumerou.
Alckmin e Gabrielli se reuniram hoje em São Paulo, na sede do governo estadual, para discutir as necessidades de investimento para atender a expansão das atividades da estatal, assim como para debater as novas oportunidade de negócios que serão criadas no Estado em decorrência dessa expansão.
Um grupo de trabalho envolvendo as duas partes será criado para avançar nas discussões. Entra as negociações, está o estabelecimento de um ou dois centros de pesquisa da Petrobras em Santos e na região do ABC paulista.