Com o tema “Juntos podemos salvar milhões de vida”, a Diretoria de Promoção à Saúde de Alagoas e a Superintendência Municipal de Transporte e Trânsito da capital (SMTT) realizaram, nesta sexta-feira (25), o 1º Encontro de Segurança no Trânsito. O evento, que aconteceu no Maceió Mar Hotel, contou com a participação do secretário de Estado da Saúde, Alexandre Toledo, e do superintendente da SMTT, José Pinto de Luna. Durante a solenidade, foi feito um minuto de silêncio pelo agente de trânsito Josenildo da Silva, atropelado em abril.
Em seu discurso, Alexandre Toledo lembrou o alto número de mortes em Alagoas – segundo o Detran, foram 780 vítimas fatais de acidentes em 2010. “Isso equivale a cinco aviões de pequeno porte, mas essas mortes são pulverizadas e não chocam tanto quanto uma queda de avião. Nós, enquanto gestores públicos, temos a responsabilidade de minimizar isso. Temos que estar juntos, já que a política de salvar vidas deve ser conjunta”, disse ele.
O secretário ressaltou que uma das soluções para o problema é reforçar a Lei Seca. “Já estamos trabalhando nisso. A Lei Seca não serve para penalizar, mas sim para beneficiar a população. Isso não é uma ação só dos órgãos responsáveis, mas deve vir desde a educação, envolvendo todos. Além das mortes, os acidentes ainda causam diversos traumatismos e estamos tratando não de custos, mas de vidas”, expôs o gestor.
As ocorrências registradas no trânsito alagoano também foram abordadas na abertura do encontro. Segundo o titular da Sesau, os acidentes com veículos de duas rodas têm se mostrado preocupantes, já que, somente este ano, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) atendeu cerca de seis mil casos envolvendo motos e 1.500 relacionados a bicicletas. As informações compreendem o período de janeiro a outubro.
A situação dos ciclistas também foi destacada pelo superintendente da SMTT. “Nem eles estão a salvo dos acidentes e, por isso, estão na luta por mudanças no trânsito, que está se tornando predatório. O carro passa a ser substituto da arma e não damos ênfase suficiente a isso”, afirmou José Pinto de Luna, lembrando os colegas da Polícia Federal e da superintendência mortos em colisões e atropelamentos fatais.
O seminário contou ainda com a participação do secretário de Saúde de Maceió, Adeílson Loureiro; da diretora de Promoção à Saúde, Eliana Padilha; do superintendente substituto do Polícia Rodoviária Federal, Arnoldo Sampaio; dos representantes do Cetran, José Roberto de Melo, e do Detran, Amália Vasconcelos; e do deputado estadual Judson Cabral.
Palestras
Após as solenidades, o 1º Encontro de Segurança no Trânsito prosseguiu com a palestra ‘A Promoção da Saúde e as Estatísticas de Acidentes’. A apresentação foi comandada pelo técnico de Promoção à Saúde da Sesau e integrante do Comitê para Redução da Mobimortalidade por Acidentes no Trânsito Eloy Yanes Martin, que explanou sobre diversos números relativos ao tema.
Dados
Um dos dados apresentados foi com relação aos atendimentos de acidentes realizados pelo Hospital Geral do Estado (HGE): nos seis primeiros meses de 2011 foram 4.740, a maioria causada por motocicletas. As principais causas são a falta de atenção, responsável por 34% das ocorrências; a desobediência à sinalização, causa de 24% dos incidentes; e a velocidade incompatível com a via, com 18% da culpa.
Logo em seguida, a gerente de Educação de Trânsito da Detran, Amália Vasconcelos, falou sobre “A Educação de Trânsito no Estado de Alagoas”, ressaltando a situação atual da temática e os atos necessários para melhorar o quadro. A manhã também contou com discussões sobre as ações afirmativas realizadas em Maceió e os aspectos da embriaguez na direção de veículos.
A programação contou ainda as apresentações “Direção Defensiva nas Rodovias”, do chefe do Núcleo do Policiamento e Fiscalização da PRF, Alberto Ramos; “A Guerra Mata Menos que o Trânsito”, com o engenheiro e consultor da Petrobras do Rio de Janeiro Fernando Diniz; e “A Eficácia da Legislação na Redução da Morbimortalidade no Trânsito”, da promotora de Justiça Marluce Caldas.
Os debates têm como público alvo profissionais da SMTT e das Secretarias estadual e municipal de Saúde ligados à temática e estudantes universitários interessados na questão. O objetivo é alertar e sensibilizar com relação ao número de mortes no trânsito, além de debater ações eficazes de conscientização e soluções para controlar o problema.