O governador Teotonio Vilela Filho (PSDB) foi categórico ao afirmar que não pensa, ao menos agora, em trocar o secretário de Planejamento e Desenvolvimento Econômico, Luiz Otávio Gomes, que teve o nome envolvido em denúncias de negociatas com o Banco Panamericano. Para Vilela, muito já foi falado e não há argumentos suficientes pra tirá-lo da pasta. As declarações foram dadas durante solenidade oficial do governo de Alagoas, na manhã desta quinta-feira (24).

Em entrevista ao CadaMinuto, o governador revelou que não observou nenhuma insatisfação de Otávio frente à pasta. “Ouvi alguma coisa na imprensa sobre mudança, mas até agora o secretário não se posicionou sobre essa possibilidade”, colocou.

Ainda segundo Vilela, Luiz Otávio representa um nome muito importante para todo estado de Alagoas. “Pela milésima vou dizer: ele é quadro importante para Alagoas e não penso em mudar o titular da pasta”, assegurou o governador.

Vilela já havia revelado também que o secretário era o grande responsável pela criação de mais de 50 mil empregos em Alagoas. “Ele é um artífice do programa Alagoas tem Pressa”, pontuou.

O caso

Segundo o jornal Estado de São Paulo, e-mails revelariam que Luiz Otávio estaria cobrando “taxa de retorno” de 25% sobre cada parcela de uma dívida com dez instituições bancárias. Os e-mails que a PF encartou ao inquérito do PanAmericano relatam que, no período de fevereiro a dezembro de 2006, Alagoas deixou de pagar todas as operações de crédito consignado, embora tenha descontado os valores da folha dos servidores. Na ocasião, o chefe do executivo era Luís Abílio, que assumira o cargo em substituição ao governador Ronaldo Lessa (PDT).

Os e-mails citam frequentemente Luiz Otávio, como personagem central da negociação. A coleção de mensagens eletrônicas destaca que a "taxa de retorno" pode ter sido destinada à campanha eleitoral tucana no Estado.