Premiê grego garante à zona do euro que cumprirá compromissos
O primeiro-ministro grego, Lucas Papademos, declarou nesta segunda-feira que o governo de união nacional que preside garantirá por escrito à zona do euro o cumprimento de seus compromissos.
"Não há nenhuma dúvida de que o novo governo grego irá firmar este compromisso por escrito", afirmou Papademos em uma declaração à imprensa depois de se reunir com o presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso.
Papademos reúne-se nesta segunda-feira em Bruxelas com Barroso e com o presidente do Conselho Europeu, Herman van Rompuy, para apresentar seu programa de governo.
Na sexta-feira passada (18), Papademos conversou com os chefes de missão do FMI (Fundo Monetário Internacional), do Banco Central Europeu (BCE) e da Comissão, que se deslocaram a Atenas para supervisionar os progressos alcançados com o programa de austeridade.
Os orçamentos de 2012, que preveem um quinto ano da contração da economia e mais desemprego, serão debatidos no Parlamento a partir do dia 3 de dezembro e, previsivelmente, serão aprovados no dia 7.
À beira da falência, a Grécia tem sido pressionada por seus credores --União Europeia, Banco Central Europeu e Fundo Monetário Internacional-- a adotar medidas de austeridade para continuar a receber ajuda financeira.
As recentes medidas de aperto fiscal, como demissões e cortes em salários e aposentadorias, provocaram insatisfação na população, que tem realizado greves e manifestações.
PROTESTOS
Estudantes, professores, operários e aposentados saíram na última semana em passeata tocando tambores e gritando "Fora UE (União Europeia), FMI (Fundo Monetário Internacional)", no primeiro teste público para o novo governo de unidade nacional, responsável por impor à população dolorosos reajustes de impostos e cortes de gastos públicos para evitar a falência da Grécia.
Milhares de pessoas tomavam as ruas de Atenas para lembrar o levante estudantil de 1973 contra a ditadura militar (1967-1974) e protestar contra as medidas de austeridade do governo.
Neste ano, a comunidade universitária está profundamente descontente por conta de uma nova lei aprovada no Parlamento em setembro com os votos dos três partidos que integram e apoiam o novo Executivo de Papademos.
A nova legislação reduz drasticamente o poder dos reitores, introduz o financiamento das universidades pelo setor privado e derruba a proibição da presença policial nos campus sem convite prévio das autoridades universitárias.
Além disso, as medidas de austeridade impostas nos dois últimos anos para salvar o país da quebra e receber ajuda externa, assim como as reformas pouco populares anunciadas pelo novo primeiro-ministro com o mesmo propósito, têm provocado um mal-estar social crescente.
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