Na véspera de prazo da Liga Árabe, 11 morrem na Síria

19/11/2011 06:40 - Brasil/Mundo
Por Redação

A Síria quer alterações na forma de monitoramento de uma iniciativa de paz da Liga Árabe para o país, disse o chefe da entidade na sexta-feira, na véspera do prazo para que Damasco tome medidas destinadas a encerrar oito meses de distúrbios.

Ativistas disseram que as forças de segurança mataram 11 pessoas após as preces da sexta-feira, em mais um capítulo da repressão contra os manifestantes que pedem a renúncia do presidente Bashar al Assad.

A ONU diz que mais de 3.500 pessoas já foram mortas desde março na Síria. O governo local diz estar enfrentando grupos terroristas patrocinados pelo exterior, e afirma que 1.100 soldados e policiais foram mortos.

A Liga Árabe suspendeu a Síria dos seus quadros e deu até sábado para que o governo cumpra os passos previstos no seu plano de paz - o que inclui a retirada das forças militares do centro das cidades, a libertação de presos políticos e o início de um diálogo com a oposição. Caso isso não ocorra, a Síria pode ser submetida a sanções.

Nabil Elaraby, secretário-geral da Liga Árabe, disse que a organização está estudando uma carta da Síria que 'incluía emendas ao protocolo preliminar relativo ao status legal e aos deveres da missão de monitoramento da Liga Árabe na Síria'.

O chanceler francês, Alain Juppé, disse na sexta-feira duvidar de uma resposta positiva da Síria à iniciativa regional. Mas afirmou que uma eventual intervenção estrangeira só deve acontecer sob mandato da ONU.

Ele afirmou que a França está disposta a colaborar com a oposição síria, e defendeu sanções mais rígidas ao governo de Assad.

Mas, numa semana em que militares desertores realizaram seu maior ataque até agora contra as forças do governo, ao dispararem granadas e metralhadoras contra a sede da Inteligência da Força Aérea, Juppé fez também um apelo à oposição síria. 'Para evitar uma guerra civil, esperamos que o Exército não seja mobilizado. Isso seria uma catástrofe.'

A Síria diz estar tentando implementar o acordo da Liga Árabe, aprovado em 2 de novembro, mas pediu aos países vizinhos que contenham o fluxo para a oposição e parem com uma suposta campanha midiática contra o governo de Assad.

De acordo com ativistas, as mortes de sexta-feira aconteceram nas localidades de Deraa, Homs, Hama e Erbin, deixando também dezenas de feridos.

A agência estatal de notícias disse que dois membros das forças de segurança morreram e um terceiro ficou gravemente ferido na explosão de uma bomba em Hama. Dois outros teriam sido baleados em Deraa.

O governo expulsou desde março a maioria da imprensa estrangeira do país, dificultando a confirmação de relatos feitos por autoridades e ativistas.

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