Mães de rapazes mortos em SP se revoltam com absolvição de suspeitos

19/11/2011 04:37 - Brasil/Mundo
Por Redação

Um ano depois do assassinato de dois rapazes na Zona Sul de São Paulo, um oficial e três soldados da Polícia Militar foram a julgamento. As mães das vítimas ficaram inconformadas com a sentença proferida nesta sexta-feira (18).

Depois de mais de 40 horas, a decisão do júri no Fórum da Barra Funda saiu no começo da manhã. O tenente da Polícia Militar Mauro da Costa Ribas Júnior foi condenado a 33 anos e dois meses de prisão. Outros três soldados da PM foram absolvidos.

Os quatro homens foram acusados pela morte de Emerson Heida, de 28 anos, e Edson Edney da Silva, de 27 anos, em setembro de 2010. Os corpos dos dois jovens e o carro deles foram encontrados queimados em uma mata, na região de Parelheiros, na Zona Sul de São Paulo. O irmão de Emerson havia denunciado que viu, de dentro de um ônibus, os dois rapazes sendo abordados pelos policiais na Avenida Robert Kennedy.

A polícia fez a reconstituição do desaparecimento dos jovens. Dois meses depois, a Corregedoria da PM prendeu os quatro acusados. No carro da corporação usado pelos policiais no dia do desaparecimento das vítimas, foram encontradas marcas de sangue. Exames revelaram que o material era compatível com o DNA de Edson.

A Corregedoria apurou também que, cinco anos antes, houve uma briga entre um dos acusados e Emerson em um campo de futebol. "O Emerson tinha tido uma desavença com um dos policiais militares, antes que essa pessoa fosse PM. Teriam tido uma briga e essa pessoa, agora policial, teria apanhado dele”, afirma o tenente Cláudio Capelari, porta-voz da Corregedoria.

Nesta sexta-feira, a mãe de Edson estava inconsolável, não largou a foto do filho e não aceitou a sentença que absolveu os outros três policiais. “Se os outros estavam juntos, por que não prender todos eles? Quero justiça completa”, afirma Elza das Graças da Silva. Francisca, mãe de Emerson, passou mal e foi hospitalizada ao saber do resultado do julgamento. Por telefone, disse à reportagem do SPTV que está revoltada, porque queria a condenação dos quatro policiais.

O Ministério Público informou que vai recorrer da decisão, e o advogado que representa o tenente condenado também disse que vai recorrer.

Comentários

Os comentários são de inteira responsabilidade dos autores, não representando em qualquer instância a opinião do Cada Minuto ou de seus colaboradores. Para maiores informações, leia nossa política de privacidade.

Carregando..