A notícia de que o ex-governador Ronaldo Lessa foi um dos mais fervorosos defensores do ministro Carlos Lupi em reunião do PDT realizada em Brasília reforça o laço do ex-governador de Alagoas com o ministro do Trabalho, novo alvo de denúncias de corrupção no ministério da presidente Dilma Rousseff.

Informação veiculada na edição de quarta-feira (9) do jornal O Globo revela os bastidores da reunião ocorrida em Brasília na terça-feira (8) entre o ministro e membros do PDT nacional. Na ocasião, afirma O Globo, Ronaldo Lessa foi um dos mais “exaltados” defensores de Lupi.

Ao lado do deputado federal Vieira da Cunha (PDT/RS), segundo O Globo, Lessa teria defendido a permanência de Carlos Lupi no ministério e o enfrentamento das denúncias, afirmando que “isso aqui é um partido de coragem. Quem não tem coragem pede para sair”.

Na reunião de terça-feira, em tom de desafio, Lupi disse "duvidar" que a presidente Dilma Rousseff o demita e disse que só deixa o cargo "abatido a bala". Ainda quarta-feira, pressionado após a repercussão negativa de sua fala, Lupi negou que tivesse "desafiado" a presidente da República.

Carlos Lupi foi um dos avalistas da entrada de Ronaldo Lessa no PDT, isto quando Lessa, então governador de Alagoas, rompeu com o PSB em 2005 durante seu segundo mandato no Palácio República dos Palmares. Inclusive, Lupi fez diversas visitas ao estado a convite de Lessa.

Em 2005, na solenidade de filiação de Lessa presidida por Lupi, o hoje ministro acusado de corrupção disse que sua aliança com Lessa era "o reencontro de alguém que nunca esteve longe da gente". Na gestão de Lupi a frente do Ministério do Trabalho, Ronaldo Lessa chegou a ocupar o cargo de secretário executivo do ministério.

Na época da filiação, o PDT era oposição ao governo Lula. Tanto que na eleição de 2006 o então governador Ronaldo Lessa fez oposição ao presidente Lula em Alagoas, declarando apoio ao então candidato a presidente do PDT Cristóvão Buarque.

Reportagem veiculada nesta semana pela revista "Veja" afirma que servidores e ex-servidores do ministério do Trabalho estariam envolvidos num esquema de cobrança de propinas para irrigar o caixa do PDT.