Homem que matou presidente do Ipanema se apresenta e é liberado

10/11/2011 03:04 - Interior
Por Redação
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José Barboza Chagas (36), popularmente conhecido por “Gago”, acusado dos disparos que atingiram Magno Vital “Neguinho”, e o presidente do Ipanema Robério Malta, tendo ocasionado a sua morte, se apresentou à Polícia Civil, às 20h desta terça-feira (8).

Ele foi ouvido pelo delegado Rodrigo Cavalcanti, responsável pelo inquérito, e liberado em seguida. Segundo o chefe de serviço da 2ª Delegacia de Polícia Civil Gildate Goes, Gago não poderia ficar preso, pois, não houve flagrante, além do mesmo se apresentar espontaneamente para os esclarecimentos.

Em seu depoimento o acusado de matar Robério Malta alegou que só atirou porque foi agredido, tanto por Robério quanto por Neguinho. Segundo Gago, no momento em que chegou ao bar do Posto J. Pinto, às 21h, de domingo (5), encontrou as duas vítimas e uma terceira pessoa em uma mesa. Ele alega que teria cumprimentado apenas essa terceira pessoa. Quando foi se afastando Gago disse que teria sido provocado por Neguinho, acusando-o de ser uma pessoa “metida”, mas “para isso deveria ir vingar a morte do irmão”.

O acusado afirmou que Neguinho estaria se referindo a morte do seu irmão Damião Barboza Chagas, “Pancinha”, morto há dez anos, com atos de crueldade, e encontrado em um veículo, no Rio São Francisco, em Pão de Açúcar, cujas circunstâncias nunca foram esclarecidas.

Após o episódio em que diz ter sido provocado, Gago teria voltado à mesa e indagado o porquê daquela ofensa, e o que ele [Neguinho] tinha contra a sua família. Ainda conforme depoimento de Gago, Neguinho teria repetido a ofensa. Gago diz ainda que teria sido chamado pelo dono do bar e o aconselhando a não entrar na provocação. Que ao decidir ir embora, no instante em que montou em sua motocicleta, uma Honda Pop 100, de cor vermelha, teria sido surpreendido por Neguinho, acompanhado de Robério, que lhe tomaram a chave da moto e jogaram no chão.

Em seguida a esse episódio, segundo Gago relatou à polícia, ele teria sido agredido com um soco na boca, e que o mesmo não soube dizer de quem partiu a agressão física. Ele confirma que estava armado de uma pistola calibre 6.35 e que, após ser agredido, a retirou da cintura com a intenção de intimidar os seus agressores. Porém, conforme Gago, Robério teria tentado tomar-lhe a arma, foi aí que aconteceu o primeiro disparo.

Enquanto travava luta corporal com Robério a arma teria disparado novamente. Nesse momento ele percebeu que Neguinho saiu correndo, enquanto Robério teria continuado no local, tentando tomar-lhe a arma, que chegou a cair no chão, mas ele teria conseguido pegá-la novamente. Em meio à luta corporal houve outro disparo, foi quando Robério teria se afastado, disse Gago em depoimento.

O autor dos disparos disse à polícia que nunca tinha tido qualquer desavença com Robério, e que apesar de Neguinho andar falando mal de sua família, nunca tinha sequer discutido com ele.

Gago disse ainda, que saiu do local a pé, pois não conseguiu encontrar a chave da moto. Perguntado sobre onde estaria a arma, ele alegou à polícia que após os disparos a arma teria caído e ficado no local da confusão, por isso não pode apresentá-la.

Segundo o autor dos disparos, quando saiu do local do episódio, ele teria ido à residência do seu sogro, no sítio Poço da Pedra, zona rural de Santana do Ipanema, e que somente no dia seguinte teria ficado sabendo, através da imprensa local, que Robério tinha morrido e que Neguinho tinha sido levado para Arapiraca, em estado grave.

O delegado Rodrigo Cavalcanti disse à nossa reportagem que tem 30 dias para concluir o inquérito: “Ainda precisamos ouvir outras pessoas antes de concluir o inquérito, inclusive, se possível, o Magno [Neguinho], e após encaminhar o processo à Justiça”.

Neguinho está internado na Unidade de Emergência, em Arapiraca. Segundo familiares, o mesmo encontra-se em coma induzido, e o seu estado ainda é grave.

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