Dalai Lama expressa "tristeza" pelas imolações de monges budistas

07/11/2011 10:33 - Brasil/Mundo
Por Redação

O líder espiritual tibetano, o Dalai Lama, expressou nesta segunda-feira em Tóquio sua tristeza pela onda de imolações de monges budistas neste ano e criticou a política de "genocídio cultural" que a "linha dura" do Governo chinês promove no Tibete.

Em entrevista coletiva em Tóquio, o Dalai Lama ressaltou que os tibetanos estão "totalmente comprometidos" com o princípio da não violência e lembrou que o Tibete não busca a independência, mas a concessão de uma "autonomia significativa".

O líder considerou, no entanto, que na região está ocorrendo um "genocídio cultural" e isso se refletiu em "incidentes lamentáveis", como as imolações de 11 monges neste ano, dos quais seis morreram.

A última ocorreu na semana passada, quando uma freira morreu na província chinesa de Sichuan após atear fogo ao próprio corpo em homenagem ao Dalai Lama e pela libertação do Tibete.

O líder criticou a "monstruosa hipocrisia" da "propaganda comunista" chinesa que, em sua opinião, é "imoral e distorce a realidade".

"A fonte de todos os problemas é a ignorância, os chineses têm direito a conhecer a verdade" para poderem julgar, acrescentou, após pedir aos jornalistas que "não permaneçam indiferentes" e promovam os valores humanos em seu trabalho de "educar as pessoas".

"Alguns membros da linha dura do Governo chinês me veem como um demônio. É um absurdo. Ninguém acredita no que eles dizem", afirmou.

O Dalai Lama chegou em 29 de outubro ao Japão para dar palestras aos jovens da Universidade de Koyasan e reunir-se com alguns membros do Governo japonês.

Neste fim de semana, o líder visitou regiões do nordeste do país arrasadas pelo tsunami de março, incluindo a província de Fukushima, e se mostrou "impressionado pelo nível de cooperação da população".

Neste sentido, o Dalai Lama mostrou sua satisfação ao comprovar que os moradores não esperaram "a ajuda do Governo, mas começaram a se ajudar uns aos outros", o que reflete a confiança do país "em si mesmo".

Sorridente e relaxado, o líder se referiu ainda ao debate após o acidente na central atômica de Fukushima, o pior em 25 anos, e afirmou que na energia nuclear, "da mesma forma que na própria vida", não existe segurança absoluta. "Mesmo que fosse 99% segura, sempre haveria 1% de risco", acrescentou.

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