No México, militares substituem turistas no porto de Veracruz

06/11/2011 18:14 - Turismo
Por Redação

O porto mexicano de Veracruz, famoso por seus tradicionais cafés e praças, afugentou os turistas, substituídos por militares, que patrulham as ruas, após a descoberta de 80 corpos em quase um mês, em outubro.

O ambiente tranquilo do porto, o mais antigo do país, com uma zona metropolitana de 550 mil habitantes, foi sacudido pela descoberta dos corpos, alguns deles com marcas de tortura. Os contingentes militares foram mobilizados em meio a rumores de cumplicidade entre líderes políticos locais e grupos paramilitares.

Muitos deram boas-vindas ao envio de tropas, semelhante ao que ocorreu em diferentes pontos do México, dentro da polêmica ofensiva ao tráfico, que mobilizou mais de 50 mil militares, e que o presidente Felipe Calderón lançou em dezembro de 2006. Desde então, cerca de 45 mil pessoas morreram em consequência da onda de violência ligada a disputas entre cartéis das drogas e o governo federal.

 

"A verdade é que a situação é muito difícil. Já não se pode ficar muito tempo na rua", comentou uma jovem, que evita sair à noite.

O governo responsabiliza pelos crimes o grupo Nueva Generación, também conhecido como Matazetas, que teria ligação com o cartel de Sinaloa, liderado por Joaquín Guzmán, traficante mais procurado em México e Estados Unidos, e rival do Los Zetas, formado por militares desertores e acusado de sequestros, extorsões e assassinatos.

O governador de Veracruz, Javier Duarte, "herdou um governo sumamente penetrado pelo Los Zetas, e muitas dessas ligações serão reveladas nas próximas semanas", comentou Edgardo Buscaglia, especialista em narcotráfico do Instituto Tecnológico Autônomo do México.

Duarte luta para convencer a opinião pública de que tenta acabar com a corrupção atribuída a seu antecessor, Fidel Herrera. Vários jornalistas decidiram abandonar o estado, após o assassinato de três colegas.

De acordo com a Confederação Patronal do México, o turismo - atividade-chave em Veracruz - caiu 30% em 2011, em comparação com o ano anterior.

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