Diante da freada da economia, o mercado de trabalho das seis maiores regiões metropolitanas do país está estagnado. A taxa de desemprego se estabilizou em 6% em setembro, repetindo o índice de junho e julho. Trata-se, porém, da menor marca para setembro da série histórica do IBGE, iniciada em 2002.
"Não são gerados postos de trabalho em nível suficiente para que ocorra uma inflexão da taxa de desemprego", disse Cimar Azeredo Pereira, gerente da Pesquisa Mensal de Emprego do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
De agosto para setembro, foram abertas apenas 28 mil postos de trabalho, alta de 0,1%, variação que o IBGE considera como estatisticamente estável. Ao mesmo tempo, o número de pessoas a procura de emprego cresceu em 10 mil --um acréscimo de 0,7%.
Para Azeredo, um primeiro dado que talvez indique o impacto da perda de ritmo da economia no mercado de trabalho é a redução do emprego na indústria (-1,1%) e no comércio (-1,6%) de agosto para setembro, período no qual os setores já poderiam começar a preparar contratações para o fim do ano.
"Mas é um primeiro sinal. Precisamos observar os dados de outubro e novembro para confirmar uma tendência", pondera.
A redução dos empregos na indústria é um dos motivos, diz, da freada no rendimento, que caiu em setembro na comparação com agosto (1,8%) após quatro meses consecutivos de expansão. O setor industrial é o que paga os maiores salários.
Apesar da estabilidade no curto prazo, o técnico do IBGE ressalta, porém, que os dados do mercado de trabalho são "favoráveis" quando comparados com 2010. Na média de janeiro a setembro, a taxa de desemprego caiu de 7,1% em 2010 para 6,2% --menor patamar para o período na série do IBGE. Já o rendimento cresceu 3,3% na média até setembro.