Líder: polêmica do Código Florestal não barra Aldo no Esporte

27/10/2011 12:50 - Política
Por Redação
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O líder do governo na Câmara, Candido Vaccarezza (PT-SP), afirmou nesta quinta-feira que a posição do deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP) contra o governo durante as negociações sobre o novo Código Florestal não inviabilizaria a eventual indicação do parlamentar como novo ministro do Esporte. Vaccarezza disse que não estava afirmando que o comunista irá ocupar a vaga aberta no primeiro escalão do governo federal, mas ponderou que "Aldo tem estofo para assumir qualquer cargo no País".

"Ninguém pode ser avaliado por um episódio. É um nome respeitável. Aldo é um quadro político nacional de grande envergadura, um militante leal às acusas populares. O Código Florestal foi um item único. Não podemos julgar as pessoas por um episódio", disse. Nas discussões sobre Código Florestal na Câmara, Rebelo, que era relator do projeto, chegou a apresentar à Casa Civil um conjunto de medidas contrárias ao interesse do Palácio do Planalto, como a ampliação da anistia a desmatadores que tenham cometido crimes ambientais até junho de 2008 e a possibilidade de os Estados decidirem sobre onde é possível desmatar.

Inimigo político do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), o presidente da Embratur e ex-deputado Flávio Dino (PCdoB-MA), também cotado para ser o novo ministro do Esporte, foi classificado por Vaccarezza como "um quadro de primeira grandeza". Ele negou a existência de um "fator Sarney" que pudesse inviabilizar a eventual escolha de Dino como ministro. "Não existe fator Sarney. O governo é um governo amplo. Qualquer nome sempre vai ter alguma oposição", disse.

Orlando Silva pediu demissão do Ministério do Esporte no dia 26 de outubro, após reunião com a presidente Dilma Rousseff e o presidente do seu partido, Renato Rabelo. Silva não resistiu à pressão para que deixasse o cargo após denúncias de fraudes em contratos entre a pasta e organizações não-governamentais (ONGs). Sexto ministro de Dilma a cair ainda no primeiro ano de governo, Silva foi apontado por uma reportagem da revista Veja de outubro como o líder de um esquema de corrupção que pode ter desviado mais de R$ 40 milhões em oito anos. Na falta de um nome definitivo indicado pela presidente, o secretário-executivo da pasta, Waldemar de Souza, também do PCdoB, assumiu a chefia no ministério interinamente.

Segundo o delator do suposto esquema, o policial militar e militante do PCdoB João Dias Ferreira, ONGs recebiam verbas mediante o pagamento de uma taxa que podia chegar a 20% do valor dos convênios. Orlando teria recebido, dentro da garagem do ministério, uma caixa de papelão cheia de cédulas de R$ 50 e R$ 100 provenientes dos desvios que envolveriam o programa Segundo Tempo - iniciativa de promoção de práticas esportivas voltada a jovens expostos a riscos sociais.

Ferreira foi um dos cinco presos em 2010 durante a Operação Shaolin, que apontou diversos membros do PCdoB como protagonistas das irregularidades. Por meio da Associação João Dias de Kung Fu e da Federação Brasiliense de Kung Fu, ele firmou dois convênios com a pasta, em 2005 e 2006. Antes de pedir demissão, Silva exigia a Ferreira a devolução do dinheiro repassado. No dia 17 de outubro, o então ministro protocolou um pedido para que a Procuradoria-Geral da República (PGR) investigasse as denúncias.
 

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