O presidente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), Luciano Coutinho, afirmou a parlamentares nesta quarta-feira, na Câmara dos Deputados, que as garantias apresentadas pela estatal venezuelana PDVSA para participação na refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, "são altamente satisfatórias". As negociações são para que a empresa venezuelana adquira 40% do capital social da refinaria e, portanto, se responsabilize por 40% de uma dívida já contraída com o BNDES.

"Não estamos dando esse dinheiro para a Venezuela. Emprestamos para a Petrobras, no auge da crise, um contrato equivalente a R$ 10 bilhões. O contrato é feito com a Petrobras, que está construindo a refinaria. Mas a PDVSA se associará a ela, então se cria um problema. Ao entrar como sócia, uma fração do financiamento terá que ser alocada a ela. Mas a PDVSA oferecerá garantias bancárias de alta qualidade para que tenhamos total segurança", disse Coutinho, ao ser questionado por deputados na Comissão de Finanças e Tributação da Câmara.

O presidente do banco também sustentou que a operação de fusão entre Pão de Açúcar e Carrefour, que contou com uma promessa de financiamento do BNDES, foi apenas "enquadrada" (cumpriu os critérios iniciais do banco para uma empresa receber empréstimo) pela instituição financeira.

"O enquadramento não é vinculante. Uma das premissas para o enquadramento é que fosse possível um harmônico entendimento entre os sócios. Como isso não se verificou, a operação foi automaticamente desenquadrada", disse.

Sobre as críticas aos financiamentos do BNDES a obras em outros países, Coutinho declarou que o banco não financia as obras, e sim a exportação brasileira de bens e serviços de engenharia. "Financiamos em reais uma exportação que vai gerar resultados e empregos dentro do Brasil. Ao mesmo tempo, esses financiamentos não geram concorrência com as necessidades de empresas no Brasil", disse Coutinho.