A ponteira Jaqueline desembarcou no Brasil nesta quarta-feira e deu de cara, no saguão do Aeroporto Internacional de Guarulhos, com a mãe Josiane, mas não chorou. Muitas das lágrimas dos últimos dias, desde que sofreu fratura na coluna cervical durante a estreia da Seleção Brasileira de vôlei nos Jogos Pan-Americanos de Guadalajara, foram causadas pela lembrança da família, que permanecia preocupada no Recife. De volta, a postura da atleta já era outra: determinada a se recuperar logo para poder jogar a Copa do Mundo.
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"Nada é impossível", disse Jaqueline, sorrindo apesar de reconhecer ser improvável integrar o grupo que vai disputar a competição a partir de 4 de novembro, no Japão. Ela usava o colar cervical que a acompanhará, por ordem médica, por um período de quatro a seis semanas. Na melhor das hipóteses, poderá abandonar a proteção para a coluna quando a Copa do Mundo já estiver começado. Classificada pela mãe como "guerreira", Jaqueline prefere manter as esperanças de voltar a jogar pelo Brasil.
"Vou voltar para o meu clube (Sollys/Nestlé Osasco), que está me esperando, e vou tentar me recuperar, fazer os exames que forem necessários. Eu creio em tudo. Se eu tiver que voltar para a Copa do Mundo, vou conseguir", disse a jogadora, confiante. "Vou continuar sendo atleta profissional, continuar servindo a Seleção Brasileira e vou dar show. Vou voltar muito melhor e muito mais fortalecida", avisou.
O desafio, por enquanto, é evitar que Jaqueline faça movimentos que possam comprometer a lesão na coluna, principal questão para Josiane, que veio a São Paulo para ficar com a filha por pelo menos quatro semanas. "Ela disse que o colar incomoda, e o difícil é que ela não pode fazer esforço, não pode ir para a academia", explicou, enquanto aguardava a chegada da ponteira da Seleção. Acompanhada de uma assessora de Jaqueline, Josiane também manifestava a preocupação.
"Aí a senhora usa o poder de mãe e dá um tranco nela", sugeriu a assessora. Josiane concordou, ela própria recuperada do susto de ver a filha deixar a quadra em Guadalajara imobilizada, desacordada e em uma maca. "Na hora, pensei na minha mãe", disse Jaqueline. "Eu nem me preocupei pelo Murilo (marido, também da Seleção Brasileira de vôlei) porque ele também é atleta profissional e sabe que a gente está sujeito a lesão. Mas eu pensei em como que ia estar a minha mãe lá no Recife", completou.