O Corpo de Bombeiros Militar de Alagoas (CBMAL) desde a sua criação há quase 65 anos, buscou a evolução e expansão de seus serviços e estrutura, para assim alcançar a todos, sem distinção e prontos em eficiência e eficácia. Até o ano de 2001, os braços dos bravos guardiões da mais respeitada entidade militar ainda não tinha alcançado o sertão de Alagoas de um povo sofrido e castigado por sua vegetação seca e clima peculiar.

Foi olhando para o sertanejo que o então governador de Alagoas, Ronaldo Lessa, resolveu atender o clamor da região do Médio Sertão Alagoano, determinando a criação de um Grupamento de Bombeiro naquela região. Sendo assim, em atendimento a ordem do governador, o Coronel BM Jadir Ferreira Cunha, então Comandante do CBMAL, começou a organização e estruturação do novo grupamento, tendo como data de sua criação o dia 03 de outubro de 2002.

Inicialmente, ficou acordado que o novo grupamento ficaria sediado na cidade de Delmiro Gouveia. Porém, Santana do Ipanema saiu na frente devido a força de vontade e ousadia dos seus cidadãos, que souberam como ninguém lutar por Santana do Ipanema. Articulando junto ao governador e parlamentares, o CBMAL conseguiu mostrar a importância da cidade como faixa intermediária entre o Sertão e o Agreste alagoano e devido a essa centralização mostrada por seus representantes políticos e notórios moradores, a princesa do Sertão foi escolhida para ser a sede do mais novo grupamento de bombeiro.

Escolher um lugar para servir como base foi o mais difícil, porém, depois de negociações aos trancos e barrancos o 9º Grupamento de Bombeiro Militar (GBM) foi estabelecido nas dependências do Departamento de Estradas de Rodagem (DER) de Santana do Ipanema e mesmo com as condições estruturais não ideais, os serviços começaram e a população vibrou por contar com o Corpo de Bombeiros em sua cidade.

Quando inaugurado, o Grupamento tinha apenas 15 militares. Hoje, conta com 55 bombeiros distribuídos nas mais diversas áreas de atuação, entre elas atividades na área de combate a incêndio, atendimento pré-hospitalar, salvamento em altura e terrestre, serviços de atividades técnicas, entre outras.

Segundo o Tenente Coronel BM Paulo Marques, um dos primeiros comandantes que passou pelo 9º GBM, no início as condições eram precárias: “o Quartel era só uma pequena casa de 50 m², onde tinha a sala do comando, a administração, um único alojamento, o refeitório, o rádio, tudo no mesmo lugar, apertado”, disse.

Com o passar dos anos, as melhorias estruturais tornaram a estadia no Quartel mais confortável. Hoje, o Grupamento conta com uma área total de cerca de 1000 m² em áreas bem divididas. As últimas reformas que aconteceram no Quartel foram a construção de uma pracinha, a ampliação do refeitório, a reforma do almoxarifado e a criação de uma salinha de convivência e lazer.

Hoje, o Grupamento possui cerca de seis viaturas operacionais, incluindo dois novos carros, um administrativo que serve para fazer as fiscalizações pela Seção de Atividades Técnicas (SAT), e outra viatura operacional para salvamentos em altura e terrestre que ainda será equipada.

Em média oito pessoas, com exceção do SAT e seção administrativa, tiram serviço por dia no Quartel. Para o Soldado BM José Costa, os militares do 9º GBM são como uma família: “nos damos muito bem aqui e conseguimos construir uma verdadeira família. Além disso, a tranqüilidade e a folga são outras vantagens de trabalhar em Santana. Moro em Maceió, mas já estou acostumado com a viagem”.

Para o Tenente Coronel BM Pedro Filho, comandante do 9º GBM, é muito bom comandar este Grupamento: “a tropa é coesa e disciplinada. A única dificuldade é a distância da Capital e parte do efetivo ser flutuante, principalmente de Pernambuco e da Bahia, já que o transporte para a cidade é difícil”.

Além das atividades operacionais, o Quartel também executa ações sociais que integram cada vez mais a população ao Bombeiro, entre elas palestras para escolas, disponibilização do telecentro para promover integração social junto às comunidades carentes, além do Projeto Bombeiro Mirim em parceria com a Prefeitura que junto com escolas de comunidades carentes da cidade, leva cidadania à população.

O Sargento José Paulino diz que está muito feliz de ter presenciado o início de tudo e poder ver o Quartel crescer: “Estava na fundação e estou no Grupamento hoje. O crescimento foi muito grande e muito ainda iremos crescer. Esta é minha segunda casa”, disse o Sargento.