O Google fechou nesta segunda-feira a compra da fabricante de smartphones Motorola Mobility e levou como bônus as 17 mil patentes em posse da empresa adquirida.

Para analistas, mais do que entrar na briga por aparelhos e acirrar a disputa com os iPhones da Apple, o Google buscou proteção intelectual para o segmento.

"Isso é claramente um negócio defensivo, eles estavam encurralados e tinham de proteger a plataforma do Android", afirmou o analista da Maqcuarie Capital, Ben Schachter.

A proteção dos direitos diminui a exposição para disputas judiciais pela autoria de tecnologias em smartphones. Em uma batalha de patentes com a Nokia, por exemplo, a Apple teve de pagar US$ 600 milhões à companhia finlandesa, além de oferecer royalties sobre a venda de iPhones.

O Google saiu enfraquecido na disputa por proteção intelectual depois de perder a oferta de um pacote de 6.000 patentes da Nortel Networks, de US$ 4,5 bilhões, para as concorrentes Apple e Microsoft.

O presidente do Google, Larry Page, afirmou nesta segunda-feira que o fortalecimento do portfólio de patentes ajudará proteger melhor o Android de "práticas anticompetitivas da Apple, Microsoft e outras empresas".

NEGÓCIO

A empresa anunciou nesta segunda-feira que pagará US$ 12,5 bilhões pela Motorola Mobility, segmento de smartphones da companhia.

Além de fortalecer a gigante de tecnologia na briga por patentes, a aquisição também dá mais impulso na disputa com o iPhone.

"Esse é o próximo passo na consolidação dos negócios no segmento de aparelhos móveis, para que o Google possa distribuir os produtos para tablets e smartphones", afirma o analista Clayton Mororan à agência de notícias Bloomberg.

O negócio levantou suspeita sobre uma possível concorrência do Google com os fabricantes que hoje usam o seu sistema operacional nos aparelhos, como a Samsung e a HTC.

O Google tentou minimizar o impacto aos parceiros sustentando que a Motorola Mobility será um negócio separado e apenas um licenciado do Android, como antes.