A estatal chilena Codelco, a maior produtora mundial de cobre, enfrenta nesta segunda-feira (11) a primeira greve geral em 18 anos, em protesto contra um plano de modernização que para os trabalhadores que poderia iniciar um processo de privatização. A paralisação terá duração de de 24 horas.
"A greve ocorre em todos os setores", afirmou Raimundo Espinoza, presidente da FTC (Federação de Trabalhadores do Cobre), que reúne quase 15 mil trabalhadores da estatal.
A paralisação significará prejuízos de aproximadamente US$ 40 milhões, afetando a produção de 4.900 toneladas de cobre, segundo cálculos da companhia. A greve ocorre no mesmo dia em que a estatal completa 40 de existência, após a nacionalização do cobre decretada durante o governo do socialista Salvador Allende em 1971.
A mobilização envolve as seis divisões da companhia que produzem nas minas de Chuquicamata, Teniente e Andina (as mais produtivas). Além disso, é a primeira greve enfrentada nos últimos 18 anos pela companhia que produz 11% do cobre mundial, 1,7 milhão de toneladas por ano.
Os trabalhadores, que vão ficar mobilizados por 24 horas, afirmam que um plano de modernização adotado pelas nova direção, que assumiu o comando depois da chegada ao poder do presidente direitista Sebastián Piñera, em março de 2010, poderia significar o início da privatização da companhia.
O presidente da estatal, Diego Hernández, negou a intenção de privatizar e afirmou que s greve é produto da insatisfação dos trabalhadores frente a mudanças que vão continuar sendo implementadas.
Nos 40 anos de história, a Codelco -- segundo suas próprias informações-- entregou ao Estado chileno US$ 84 bilhões, o equivalente a 11% da arrecadação fiscal total.