O Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br) divulgou nesta terça-feira (28) os resultados da Pesquisa TIC Domicílios 2010. Segundo os dados do estudo, que entrevistou pessoas em mais de 24,6 mil domicílios em todo o país, entre 2009 e 2010, a proporção de casas brasileiras com um computador passou de 32% para 35%, representando um crescimento de 9%.

Na área urbana, essa proporção passa de 36% em 2009 para 39% em 2010, um aumento de 8%. De acordo com o CGI.br, a proporção de domicílios mais do que dobrou na área urbana nos últimos seis anos, embora o crescimento em 2010 seja menor do que o da pesquisa anterior.

“O crescimento de 8% abaixo da média não significa uma tendência de desaceleração na taxa de aumento da posse de computadores nos domicílios brasileiros”, afirma Alexandre Barbosa, gerente do CETIC.br.

Na América do Sul, o Brasil ainda está atrás do Uruguai (35%), Argentina (38%) e Chile (40%) em penetração de computador. Comparado com países da Europa, a Alemanha tem 82% de penetração, e a Suécia, 87%. Na Ásia, Coreia do Sul e Japão possuem 81% e 86%, respectivamente.

Conforme a pesquisa, há mais concentração de domicílios com computador na região Sul e Sudeste. O nordeste é onde está a menor penetração. A pesquisa é realizada pelo Centro de Estudos sobre as Tecnologias da Informação e da Comunicação (CETIC.br), do Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br).

Internet
O TIC domicílios, que está em sua sexta edição, mostra que, em 2010, o acesso à internet nas casas de regiões urbanas aumentou 15%, taxa inferior a da pesquisa de 2009, que registrou o maior crescimento desde o início do estudo. A média anual de crescimento foi de 19% entre 2005 e 2010. O aumento de casas brasileiras com conexão entre 2009 e 2010 passou de 27% para 31% nas áreas urbanas. Nas áreas rurais, o acesso ficou estável em 6%.

Houve um aumento proporcional maior de usuários na internet entre indivíduos com baixa escolaridade, principalmente analfabetos e com ensino infantil, que passou de 9%, em 2009, para 13% em 2010. Cerca de 43% dos entrevistados com ensino fundamental, segundo o estudo, acessam a web. Este número era de 36% em 2009, um aumento de 19%.

Usuários que utilizam rede discada tiveram uma redução no TIC Domicílios 2010. Na zona urbana, apenas 13% dos entrevistados utilizam este tipo de conexão, enquanto o uso de banda larga corresponde a 68% dos domicílios entrevistados. A pesquisa mostra ainda um crescimento no uso de conexões de banda larga móvel, com a popularidade de novas tecnologias como a rede 3G.

Conexões em banda larga fixa cresceram na zona rural. Entre 2009 e 2010, a proporção de domicílios aumentou 9%. O uso de rede 3G cresceu 63% em relação à edição anterior em áreas rurais. Na área urbana, o aumento foi de 67%.

Velocidade
Conexões de 1 Mbps estão caindo desde 2008, quando esse tipo de velocidade representava 66% dos acessos. Em 2009, o número caiu para 55% e, em 2010, para 40%, uma redução de 27%. Velocidades acima de 2 Mbps passaram de 7% para 15%. Conexões até 2 Mbps passaram de 15% para 24%.

Redes sociais
A comunicação – e-mail, bate-papo, redes sociais e Skype – é a maior atividade usada na internet para 94% dos usuários da área urbana, indica o estudo. Cerca de 50% dos entrevistados usam algum tipo de rede social, com maior penetração entre os jovens de 16 a 24 anos (80%). O Nordeste é onde está a maior parcela dos entrevistados em redes sociais.

O Twitter é mais utilizado por pessoas das classes A e B, com ensino superior completo e entre indivíduos de 16 a 34 anos. Usuários que aprendem por conta própria a usar o computador estão aumentando, com 69% dos usuários. Cursos de treinamento pago e gratuito estão caindo. "O motivo disso é que as ferramentas estão cada vez mais intuitivas", disse Barbosa.

Ataques
Segundo Hartmut Glaser, diretor executivo do CGI.br, não houve invasão nos computadores do governo. Na semana passada, o grupo de hackers LulzSecBrazil reivindicou o ataque à rede do governo e divulgou supostos dados de políticos.

“O que eles fizeram foi derrubar o servidor com DDOS (ataque de negação de serviço), bombardeando um servidor até que ele caia. Não temos banda para suportar um ataque de DDOS. Não houve roubo de senhas. Este é um movimento para mostrar que o indivíduo conseguiu fazer uma pichação”, disse.