O governador de Santa Catarina, Raimundo Colombo (deixou o DEM para ingressar no futuro PSD), disse nesta segunda-feira que a existência de um complexo penitenciário na região central de Florianópolis é um fato "absurdo". Ele afirmou que uma nova unidade deverá ser construída entre Paulo Lopes e Palhoça, na região metropolitana da capital, dentro de 11 meses.
Colombo comentou a última fuga em massa do Centro de Triagem do complexo, ocorrida no domingo e que resultou em 78 detentos foragidos. O governo abriu uma sindicância para apurar os motivos que levaram apenas dois agentes prisionais a trabalhar em um dia de visitas - quatro funcionários necessitariam estar no local para garantir um mínimo de segurança.
"Vamos reforçar a segurança permanentemente na parte interna e na parte externa", disse. "Agora, é um absurdo ter uma penitenciária destas, esse centro de triagem, aqui no centro da cidade, e isso nós já tomamos providências, vamos construir uma nova".
A área para o novo complexo já teria sido definida pelo governo catarinense, que deve começar o processo de desapropriação nos próximos dias. "Aí vamos resolver esse problema de vez, para que não ocorra mais esse tipo de incidente, que é extremamente grave e preocupante", afirmou, acrescentando que o presídio de Florianópolis será reforçado de forma "provisória". "A solução definitiva é a construção de um novo. Esse prédio é antigo, de quase 80 anos, já não tem mais as condições necessárias de uso, e sua localização é inadequada", ao se referir ao conjunto de instalações - entre as quais pertence o Centro de Triagem - do atual complexo penitenciário.
A fuga de 78 detentos gerou uma crise no sistema de segurança pública e resultou em um pedido de demissão do diretor do complexo, Joaquim de Oliveira. Assim como o governador, a secretária de Justiça, Ada de Luca, atacou as instalações do presídio e principalmente o recém construído Centro de Triagem, onde são alocados presos temporários e aqueles que aguardam decisão judicial.
O Centro de Triagem foi inaugurado em 20 de dezembro de 2010 pelo então governador Leonel Pavan (PSDB). Ao custo de R$ 2,6 milhões, a estrutura foi montada em módulos de concreto e conta com 18 celas para abrigar um total de 156 detentos. Mesmo com seis meses de existência, o local registrou a fuga de 153 presos em 2011.