Pelo menos 15 pessoas morreram nesta sexta-feira na Síria e várias ficaram feridas em uma nova onda de protestos políticos contra o regime de Bashar al-Assad, segundo informaram ativistas de direitos humanos e fontes da oposição.

Os protestos começaram no final das orações do meio-dia, a celebração religiosa semanal mais importante para o islã, em meio a fortes medidas de segurança envolvendo forças policiais e militares apoiadas por tanques do Exército. Ativistas de direitos humanos e testemunhas citados pelo canal Arabiya afirmaram que 15 é o número de mortos pela polícia e o Exército na repressão às manifestações.

O diretor da Organização Nacional para os Direitos Humanos, Ammar Qurabi, confirmou à emissora Al Jazeera pelo menos cinco mortes em Al Kisua, nos arredores de Damasco. Quirabi também disse que esta sexta-feira está mais tranquila do que outras na Síria. "Não sabemos se é por uma ordem do governo ou porque (o regime) já não pode mais fazer nada", acrescentou o diretor direto dos estúdios da Al Jazeera no Cairo. "A batalha agora na Síria - acrescentou - não é entre setores, nem religiões, mas entre a ditadura e a liberdade".

Outras fontes da oposição disseram que na cidade de Homs, no centro do país, uma pessoa morreu e várias ficaram feridas pelos disparos das forças de segurança. Também houve outros casos de violência policial no bairro de Al Qidam, em Damasco. Além disso, foram efetuados disparos com armas pesadas em Homs, aonde, de acordo com as informações de grupos da oposição, foram enviados tanques do Exército e as medidas de segurança foram reforçadas.

Nos arredores da grande mesquita de Al Tal, em Damasco, a polícia dispersou uma manifestação e os protestos se estenderam em inúmeras cidades do país, de acordo com os grupos de oposição.

Outra rede de informação opositora, Flash, revelou que na capital há uma presença de forças de segurança "sem precedentes", que inclui franco-atiradores situados em alguns telhados. Estes relatórios não puderam ser confirmados de forma independente devido às restrições das autoridades sírias, que prenderam ou proibiram o trabalho de jornalistas da imprensa internacional e expulsaram do país correspondentes estrangeiros.

Nas últimas horas, o regime de Damasco permitiu a entrada de uma equipe da emissora americana CNN, mas impôs limitações a seus deslocamentos.