Ao menos dois sites da Presidência da República, o www.presidencia.gov.br e o www.info.planalto.gov.br, voltaram a ficar fora do ar nesta quinta-feira (23), após os ataques de hackers aos endereços virtuais do governo ocorridos na quarta-feira (22).
De acordo com a assessoria de imprensa do Planalto, os sites ficaram fora do ar para que fosse feito um reforço na segurança após os ataques. A assessoria destacou, ainda, que não há nenhum dado sigiloso nesses endereços. Por volta das 16h30, eles já haviam voltado a ficar disponíveis.
Ontem, um ataque de hackers derrubou esses sites, além dos endereços na web da Receita Federal e da Petrobras. Posteriormente, o grupo LulzSecBrazil divulgou supostos dados pessoais da presidente Dilma Rousseff e do prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab.
O LulzSecBrazil é o braço brasileiro do grupo coletivo internacional Lulz Security, que vem ganhando notoriedade por ataques recentes aos servidores da CIA (agência de inteligência americana), do FBI (polícia federal americana), do serviço público de saúde britânico, o NHS, da empresa Sony e das TV americanas Fox e PBS.
O arquivo com os dados de Dilma e Kassab trazem informações como números do CPF e do PIS, data de nascimento, telefones, signo, nome da mãe (no caso do prefeito) e e-mails pessoais (também só no caso de Kassab). Muitas dessas informações são públicas e constam, por exemplo, da prestação de contas dos mandatários durante as campanhas eleitorais.
O grupo disponibilizou também outros dois aquivos - um deles com supostos caminhos para o recebimento de e-mails pessoais de funcionários da Petrobras e outro com supostas senhas e logins de acesso a áreas restritas do site do Ministério do Esporte.
De acordo com o coordenador de comunicação social do Serpro (Serviço Federal de Processamento de Dados, o órgão responsável pelos principais sistemas informáticos do governo federal), Carlos Marcos Torres, nenhum dos sites administrados pelo órgão sofreu invasão que pudesse expor dados sigilosos do governo ou de cidadãos.
Durante o ataque foram registrados cerca de 2 bilhões de acessos em um horário em que, normalmente, eles são “praticamente nulos”, disse o diretor superintendente do Serpro (Serviço de Processamento de Dados), Gilberto Paganoto.
De acordo com Paganoto, o “impressionante volume de acessos conseguido em tão pouco tempo” levou o Serpro a retirar os sites da Presidência da República e do Portal Brasil do ar entre a 0h40 e 01h40.