Os deputados tucanos Duarte Nogueira, Carlos Sampaio e Vanderlei Macris encaminharam nesta quarta-feira ao procurador-geral da República, Roberto Gurgel, pedido de reabertura das investigações sobre o episódio conhecido como "escândalo dos aloprados", denunciado após a suspeita de que militantes petistas utilizariam R$ 1,75 milhão, em setembro de 2006, para a compra de um suposto dossiê contra o então candidato do PSDB ao governo paulista, José Serra. De acordo com reportagem da revista Veja do último fim de semana, o candidato do PT ao governo paulista na época e atual ministro da Ciência e Tecnologia, Aloysio Mercadante, teria sido um dos mentores do plano.
"Faltando apenas quinze dias para as eleições majoritárias e proporcionais (na época), dois integrantes do Partido dos Trabalhadores, Gedimar Passos e Valdebran Padilha, são presos num hotel em São Paulo com cerca de R$ 1,7 milhão. Feitas as investigações, descobre-se que se tratava de um grupo formado dentro da coordenação de campanha do PT, que se intitulava de 'inteligência' (mais tarde chamado de 'aloprados' pelo próprio presidente Lula), que buscava envolver no escândalo das Sanguessugas que tratava de fraudes em licitações para a compra de ambulâncias o então candidato ao governo de São Paulo, José Serra e, de forma menos explícita, o candidato à Presidência da República, Geraldo Alckmin", diz o partido oposicionista na representação encaminhada ao chefe do Ministério Público.
"O certo é que, passados mais de quatro anos deste episódio, a Polícia Federal não logrou êxito em punir os culpados e, tampouco em descobrir a origem do dinheiro que seria utilizado naquele pagamento que foi obstado pela ação da própria polícia, pois até a presente data, não havia sido identificado sequer o mentor de toda essa trama criminosa, peça chave para punir-se os culpados e descobrir-se quem fora o responsável por levantar a quantia", afirma o PSDB ao defender a reabertura das investigações.
Em abril de 2007, o Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) determinou o arquivamento do inquérito sobre a participação de Aloysio Mercadante na venda do suposto dossiê contra Serra. Na ocasião, os ministros entenderam que não havia indícios do envolvimento do então candidato ao governo de São Paulo no episódio. Mercadante havia sido indiciado, com base na investigação da Polícia Federal, pelo crime de falsidade ideológica para fins eleitorais. O indiciamento também foi anulado pelo STF.