O presidente da Câmara Municipal de Arapiraca, Adalberto Saturnino (PMDB), foi entrevistado na tarde desta terça-feira (21), no programa Canal 96, apresentado pelo radialista José Rocha.
Na programa, o parlamentar falou sobre diversos temas, entre eles a acusação dos vereadores Tarciso Freire (PMDB) e João dos Santos (PMDB) de possível improbidade administrativa devido a pagamento salarial de servidores fantasmas.
De acordo com Saturnino, existem servidores que trabalham apenas dois dias por semana, cumprindo em parte a carga horária estabelecida. Para ele é difícil colocar os funcionários na sede do legislativo, já que a casa possui uma estrutura física pequena.
"Não tenho como acomodar estes servidores porque o espaço físico é pequeno na Câmara Municipal de Arapiraca. Precisamos de no máximo 45 funcionários para trabalhar na Casa. Porém, digo isso, se fosse uma empresa que pertencesse ao cidadão Adalberto Saturnino, mas estamos falando de uma Casa política”, afirmou.
Sobre sua ida ao Ministério Público devido as denuncias dos colegas, o presidente disse que tem em mãos um relatório apontando as contas e todas as acusações. “Vou entregar esse documento em julho”, falou.
Funcionários fantasmas
"A câmara tem 50 funcionários que não sabem nem que essa casa existe". A forte afirmação partiu do vereador Tarciso Freire (PMDB) em entrevista exclusiva a reportagem do Minuto Arapiraca. O parlamentar falou sobre a audiência que teve com o promotor do Ministério Público, Saulo Ventura.
O vereador explicou que esteve na sede do MP acompanhado do colega João dos Santos (PMDB) e que fez seu esclarecimento sobre o extrato bancário da Câmara Municipal, que para ele, conta com funcionários que não trabalham e recebem dinheiro.
Uma comissão formada pelos vereadores Robério Ataíde, Adalberto Saturnino, Móises Machado e Graça Lisboa, além de Freire, voltará ao MP no dia 04 de julho com um parecer mostrando as pesquisas feitas nas contas da casa.
"Tenho que fiscalizar. O que quero é a harmonia da casa. Passaremos o pente fino nessa caixa preta que existia. Tem que se trabalhar de forma transparente, correta, para que a mesa evite de pagar tanto servidor fantasma. Alguns trabalham e outros 50 não sabe nem onde essa casa existe. Acredito que a Mesa Diretora não vai mais fazer esses pagamentos", falou Tarciso Freire.
Escândalo
Um racha entre os vereadores do segundo maior município alagoano está escancarando um dos maiores escândalos já acontecido na Câmara Municipal de Arapiraca, acusações de improbidade, insanidade mental, roubo e até de divisão do dinheiro do duodécimo entre os vereadores.
Tudo teve início no dia 16 de maio, quando, após oito horas dentro da agência da Caixa Econômica Federal, na Avenida Rio Branco, no Centro de Arapiraca, os vereadores Tarciso Freire e João dos Santos, ambos do PMDB, conseguiram o extrato da conta da Câmara Municipal de Arapiraca. Os dois acusam o presidente Adalberto Saturnino de improbidade administrativa.
“Existem mais de 50 pessoas que recebem mesmo sem estar em Arapiraca. Estamos cobrando um direito que é nosso, como vereador e como cidadãos. O pedido de extrato de qualquer conta com o dinheiro público está escrito no artigo quinto da constituição”, explicou Tarciso Freire.
Para completar a conturbada situação da Câmara que já teve vereadores trocando murros e até uma bomba estourando no banheiro o suplente e ex-vereador Sidney Geni, em entrevista à Rádio Novo Nordeste escancarou uma prática.
“Na minha época, rachávamos o dinheiro”
“Isso é um absurdo. Eles estão ali, rachando o dinheiro”, disse Geni. Perguntado se admitia que em sua época também acontecia o “racha”, o ex-vereador foi enfático: “Existia sim”.
As declarações de Sidney Geni foram rebatidas por alguns parlamentares. O vereador João dos Santos disse que isso não existia: “Se aconteceu foi apenas com ele”. Outro parlamentar contou que o duodécimo da Câmara é dividido entre 70% da folha de pagamento e 30% da verba de custeio.