O cronograma atualizado de instalação da mineradora Vale Verde em Alagoas foi apresentado ao secretário do Planejamento e do Desenvolvimento Econômico, Luiz Otavio Gomes, nesta terça-feira (20), pelo diretor presidente da Mineração, Carlos Bertoni. Segundo o cronograma, as obras do parque industrial da mineradora devem ser iniciadas até o final de 2012 e devem durar de 18 a 24 meses. O secretário adjunto de Energia e Recursos Minerais, Jackson Pacheco, e o superintendente de Projetos Estruturantes da secretaria, André Paffer, participaram da reunião.

Dessa forma, prevê-se que a mineradora começará a funcionar no primeiro semestre de 2014, com a extração de Cobre, Ferro e Ouro. Os estudos prévios confirmaram a presença de duas jazidas: uma na cidade de Craíbas, batizada de “Serrote da Laje”, onde já foram identificados 150 milhões de toneladas de minérios, e outra no município de Igaci, que está sendo chamada de “Caboclo” e teve, até agora, cerca de 15 milhões de toneladas de minérios prospectados. “Os 165 milhões de toneladas já identificados garantem 15 anos de trabalho na mineradora”, destaca o secretário Luiz Otavio Gomes.

O concentrado de Cobre, minério em maior quantidade nas jazidas, pode ser vendido no mercado interno ou exportado. De acordo com o diretor, as pesquisas seguem e, com elas, é provável a descoberta de novas jazidas.

Neste projeto, já foram investidos R$ 70 milhões pelo grupo Vale Verde nos últimos três anos, período em que 120 pessoas foram empregadas – a maioria delas nativos da região do Agreste alagoano. A maior parte dessa verba foi investida em pesquisas e estudos de engenharia, necessárias à elaboração dos projetos de instalação da mineradora.

A mineradora Vale Verde é um dos três projetos pilares do governo Teotonio Vilela Filho, ao lado da nova planta de PVC da Braskem e do estaleiro Eisa, e está incluída no rol de empreendimentos que impulsionam o desenvolvimento da sociedade alagoana através da criação de oportunidades, tanto de trabalho como de educação. Serão gerados, com o início das atividades da mineradora, 700 empregos diretos imediatos e mais de 2,8 mil indiretos.

A vinda da Mineração Vale Verde para Alagoas representará a aplicação de recursos da ordem de US$ 550 milhões de dólares até o início do seu funcionamento. “É um investimento global de aproximadamente R$ 900 milhões de reais, que mudará a face do Agreste e do Sertão alagoano, por gerar emprego, renda e impostos, além de impulsionar a educação e a qualificação profissional de centenas de alagoanos”, avalia Luiz Otavio.

Ainda este ano a empresa dará continuidade às análises financeiras e ao que chamam de estudos de engenharia bancável. “A engenharia bancável é o detalhamento dos projetos de engenharia em um nível que um banco possa entendê-los para, então, financiá-los”, explicou o gerente de engenharia do projeto, Toni Lima, da Mineração Vale Verde. Em 2012, os projetos passarão à fase de detalhamento técnico da engenharia da planta industrial.

As condições para que esse cronograma seja cumprido estão sendo providenciadas pelo Governo do Estado. A melhoria no fornecimento de energia e água para a região, que também é necessária para a atividade da mineração, está sendo viabilizada pelo Governo através de dois projetos – a nova adutora do Agreste e a construção de uma subestação da Chesf.

Infraestrutura – As questões relativas à melhoria no fornecimento de energia elétrica em Alagoas foram tratadas pelo governador Teotonio Vilela Filho durante audiência em Brasília, no início deste mês. “O governador Teotonio Vilela foi atendido pelo presidente da Eletrobrás, José da Costa Carvalho Neto, que se comprometeu a dedicar todo o empenho na solução das questões energéticas do estado, a pedido da presidente Dilma Rousseff. Tanto é que o prazo para o começo das atividades da subestação foi antecipado”, afirma o secretário.

A nova subestação da Chesf, de 230 KW, e a linha de transmissão que permitirá a distribuição da energia, devem entrar em funcionamento em outubro de 2012 para atender a doze cidades do entorno de Arapiraca, além de fazerem parte da infraestrutura necessária para a atração de empreendimentos para aquele entorno. A Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf) está preparando a licitação da obra, que é vista pelo diretor presidente da Mineração Vale Verde como uma “grande tomada” que suprirá as demandas da região.

Já o abastecimento de água será incrementado com a construção de uma nova adutora no Agreste, a partir de uma Parceria Público Privada (PPP) viabilizada pelo Governo do Estado, e da revitalização da adutora existente, por meio da Companhia de Saneamento de Alagoas (Casal). A nova adutora duplicará a vazão da atual, que é de 1.500 m³ de água por hora.

Qualificação profissional – Nesta quarta-feira (22), o diretor presidente da mineração Vale Verde, Carlos Bertoni, se reunirá com o secretário do Emprego, Renda e Qualificação Profissional, Herbert Motta, para discutir a capacitação dos recursos humanos que devem ser contratados pela empresa.

O diretor visitará, ainda, o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), a fim de discutir a parceria para qualificação profissional de alagoanos que poderão preencher as vagas abertas com a instalação da mineradora. “Nossa maior necessidade é nos níveis técnico e de ensino médio. Visitaremos a Braskem, amanhã, para conhecer o projeto de qualificação profissional desenvolvido por eles junto ao Senai”, comenta Bertoni.

A Mineração Vale Verde conta, no seu projeto, com programas especiais voltados para o recrutamento e treinamento de recursos humanos, a criação de uma unidade de conservação da Caatinga e a educação ambiental, entre outras áreas.