O prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (PSD), defendeu nesta segunda-feira (20) a concessão de isenção fiscal ao Corinthians para a construção do Fielzão, em Itaquera, e disse que a cidade deve recuperar esse dinheiro, estimado em R$ 420 milhões, com o movimento de turistas para o jogo de abertura da Copa do Mundo de 2014.
Com esse valor, seria possível construir 787 unidades de saúde, de acordo com dados do Ministério da Saúde, ou então 420 creches ou mesmo 100 escolas de ensino fundamental, segundo a Secretaria Municipal de Educação. Nesses itens, as realizações da prefeitura estão aquém das promessas de campanha da reeleição de Kassab, em 2012.
Em sabatina promovida pelo jornal Folha de S.Paulo, Kassab disse que a SP Turis, empresa responsável pela administração do turismo na cidade, avalia que a cidade pode arrecadar até R$ 1,5 bilhão com a presença de turistas caso receba o jogo de abertura. Esse dinheiro compensaria a isenção fiscal oferecida ao Corinthians e à Odebrecht, empreiteira que deve fazer a construção do estádio.
- O saldo desse incentivo é muito positivo. É como na Fórmula 1: a prefeitura investe de R$ 10 milhões a R$ 30 milhões por ano para receber a corrida, mas a cidade ganha de R$ 100 milhões a R$ 110 milhões. E os incentivos não são para o Corinthians, mas para qualquer investidor. Já existe uma lei de incentivos aprovada para a zona leste e a cidade ganha com isso.
Kassab afirmou ainda que a prefeitura não chega a considerar esse dinheiro, que deixará de arrecadar, como “verba pública”, porque considera que o dinheiro nem sequer existiria sem a construção do estádio.
- Esse dinheiro é vinculado ao desenvolvimento da área, por conta da construção da obra. É muito importante para São Paulo ter esse jogo de abertura. É a maior festa do mundo, mais de 200 países ficaram ligados à cidade por duas semanas, porque não é apenas a partida, há também o Congresso da Fifa, e para a cidade seria uma oportunidade ímpar para que ela tenha visibilidade.
Kassab não vê uma “persguição” a São Paulo por causa da escolha do Rio como sede do IBC (centro de mídia internacional, na sigla em inglês) da Copa, e credito o atraso nas obras à indefinição da Fifa e da CBF quanto ao estádio, já que o Morumbi só foi vetado definitivamente em 2010.
- O atraso não é uma questão da cidade. Quem define o estádio é a Fifa. Num primeiro momento, a cidade apresentou o Morumbi, e depois fomos comunicados pela Fifa de que era impossível e que era preciso apresentar a alternativa. A Fifa quer São Paulo, existe uma garantia de que, tendo estádio, teremos a abertura, mas temos de seguir as condições exigidas por eles. Não temos plano B, não temos tempo para nenhuma outra alternativa e essa é a razão de nosso esforço para ajudar o Corinthians a viabilizar a construção de seu estádio.
O Corinthians iniciou no fim de maio as obras de terraplanagem no terreno em Itaquera. O projeto aprovado pela prefeitura prevê um estádio para 48 mil pessoas, mas, para receber a abertura, foi feita uma alteração, com a ampliação da capacidade para 67 mil torcedores.
A previsão é que o estádio fique pronto apenas em dezembro de 2013, o que já tirou de São Paulo a Copa das Confederações, evento-teste que será promovido pela Fifa em junho de 2013, um ano antes do Mundial.









