A União Africana (UA) advertiu neste sábado no Cairo que não é possível uma solução à crise na Líbia sem a participação do líder Muammar Kadafi.

A declaração foi dada pelo chefe da comissão da União Africana (UA), Jean Ping, durante uma entrevista coletiva após uma reunião de representantes árabes, islâmicos e europeus, da qual participaram a Alta Representante da União Europeia (UE), Catherine Ashton, e o secretário-geral da Liga Árabe, Amr Moussa.

Ping lembrou que a UA apresentou em 10 de março uma proposta para resolver o conflito na Líbia que estipulava "um cessar-fogo, a provisão de ajuda material ao povo líbio e um período provisório pactuado".

Segundo a nota emitida no final da reunião deste sábado do chamado Grupo do Cairo, os presentes no encontro debateram "as fórmulas para pôr fim à crise líbia, garantir a proteção efetiva de civis, proporcionar ajuda humanitária e acelerar o começo de um processo político que satisfaça as ambições do povo líbio".

Além disso, ressaltaram a importância do "cumprimento total" das resoluções 1973 e 1970 do Conselho de Segurança da ONU. A resolução 1973, aprovada em passado 17 de março, autoriza "todas as medidas necessárias", incluindo o uso da força e o estabelecimento de uma zona de exclusão aérea para proteger a população civil dos ataques do regime de Kadafi.

Já a resolução 1970, adotada em 26 de fevereiro passado, ordenou o congelamento de todos os bens e ativos financeiros de Kadafi e seus filhos no exterior. Os representantes das organizações internacionais também analisaram os detalhes gerais de uma solução política ao conflito "que garanta a conquista das aspirações do povo líbio".

Além disso, destacaram a importância de se intensificar a ajuda humanitária e se comprometeram a apoiar o povo líbio durante o período provisório.