O vice-prefeito de Campinas, Demétrio Vilagra (PT), deixou de alvo de um pedido de prisão pela suspeita de envolvimento em casos de corrupção, cobrança de propina e tráfico de influência em contratos de empresas prestadoras de serviços. Na noite de ontem, o desembargador da 15ª Câmara Criminal de São Paulo Poças Leitão decidiu revogar mandados contra Vilagra e outros cinco ex-secretários e ex-diretores da Prefeitura.

Leitão é o mesmo juiz que, na segunda-feira, também determinou a revogação de outro pedido de prisão, contra a primeira-dama de Campinas, Rosely Nassin Jorge Santos. Segundo o Tribunal de Justiça de São Paulo, como o processo está sob segredo, não há detalhes sobre os motivos para as decisões.

Os mandados haviam sido decretados no 1º Grau, na semana passada, devido às acusações de envolvimentos dos seis em fraudes com dinheiro público. Na última sexta, foram efetivadas duas prisões: do ex-secretário de Segurança Pública de Campinas Carlos Henrique Pinto e do ex-diretor de Planejamento Financeiro da Sociedade de Abastecimento e Saneamento de Água (Sanasa) Marcelo Figueiredo.

O caso ganhou dimensão a partir da delação premiada de outro ex-presidente da Sanasa, Luiz Augusto Contrillon de Aquino, que apontou aos promotores como funcionava uma suposta operação de tráfico de influência. Segundo a investigação, a primeira-dama seria a chefe do esquema de corrupção. O nome dela apareceu em escutas telefônicas realizadas pelo Ministério Público. No esquema, seriam cobradas propinas de 5% a 7% para assinatura de contratos de prestação de serviços terceirizados com a empresa. Todos negam a existência das fraudes.