O sérvio Novak Djokovic derrotou, neste sábado, o brasileiro Thomaz Bellucci, em Madri, e frustrou as esperanças da torcida que queria ver um tenista nacional voltar a decidir um torneio Masters (o último a conseguir o feito foi Gustavo Kuerten, em Indian Wells 2003).

O atual número 2 do mundo confirmou o favoritismo e bateu em três sets, com parciais de 4/6, 6/4 e 6/1, o melhor tenista do Brasil (36° da ATP).

O triunfo de Djokovic foi o 31° seguido desde o começo do ano (terceira melhor marca na história do tênis profissional) e o 33° somando desde o ano passado. O número 2 do mundo terminou a temporada passada com duas vitórias pela equipe da Sérvia na Copa Davis.

Na final, Djokovic enfrenta o espanhol Rafael Nadal, que bateu na semifinal o suíço Roger Federer por 2 sets a 1. A decisão, que acontece no domingo, vai colocar frente a frente o melhor do ano com o número 1 do mundo, além de contrapor duas das mais impressionantes sequências de vitórias do tênis mundial na atualidade.

Djokovic venceu todos os cinco torneios que disputou em 2011, ao passo que Nadal não perde uma competição no saibro desde junho de 2009, quando foi eliminado de Roland Garros pelo sueco Robin Soderling, nas quartas de final.

O jogo

Bellucci começou cauteloso, sem exagerar nos ataques. Desta forma, o tenista brasileiro conseguiu equilibrar o primeiro game, chegando a estar empatado em 40/40. Mesmo assim, Djokovic sacou bem e confirmou o serviço.

O jogo se encaminhava bem para o brasileiro, que incomodava Djokovic no saque do sérvio e jogava de forma consistente em seu serviço. Apesar da diferença de ranking entre os dois, Bellucci equilibrava as trocas de bolas alternando jogadas com muito efeito no forehand e ataques chapados de backhand.

Primeira quebra

A primeira quebra da partida não demorou a acontecer. Muito mais agressivo, o brasileiro colocava Djokovic para correr de um lado ao outro, dominando os pontos. No terceiro game da partida, o paulista de Tietê conseguiu a primeira quebra da partida, com uma bola vencedora de direita.

Com a quebra, a confiança do brasileiro foi às alturas e Bellucci, no máximo da intensidade, não deu chance ao sérvio, confirmando todos os seus saques e fechando o primeiro set em 6/4, impondo ao imbatível Djokovic a primeira perda de set no torneio.

Segundo set

O segundo set começou equilibrado, assim como o primeiro, com Bellucci sacando bem e conseguindo se impor. Nos momentos em que esteve por baixo, como no segundo game, ao sacar em 0/40, o brasileiro reagiu, fazendo seis pontos seguidos para confirmar o serviço.

A vitória deu moral ao brasileiro que em seguida conseguiu mais uma quebra para abrir 2/1. O bom desempenho nos pontos importantes era fundamental para o sucesso de Bellucci, que, embora jogasse bem, se viu em dificuldades em vários instantes, como no quarto game, em que esteve empatado em 40/40, e conseguiu confirmar o serviço com uma bola que tocou a rede e caiu do outro lado.

Djokovic, que na sexta derrotou em partida extenuante o espanhol David Ferrer (em duas horas e 28 minutos), parecia cansado, e a vitória parecia uma questão de tempo. Mesmo assim, o sérvio reagiu e conseguiu uma quebra no sexto game para empatar a partida.

A quebra, que poderia amenizar a intensidade de Bellucci, pouco interferiu no jogo do brasileiro, que seguiu jogando bem, confirmando os serviços e esperando uma nova oportunidade para quebra.

Essa chance, porém, não apareceu para o brasileiro, mas sim para Djokovic, que quebrou o saque de Bellucci no décimo game do set, empatando a partida.

Terceiro set

A derrota no segundo set desanimou Bellucci, que perdeu a intensidade e virou presa fácil para o melhor do mundo na atualidade. Logo no terceiro game, Bellucci, apático, teve o saque quebrado.

Com uma quebra abaixo e sem a agressividade dos dois primeiros sets, Bellucci não resistiu e sucumbiu ao melhor jogo de Djokovic, encerrando, assim, a participação em Madri e o "sonho brasileiro" de ver um tenista voltar a vencer entre os melhores da ATP.