O governo do Estado e a Agência Espanhola de Cooperação Internacional para o Desenvolvimento (AECID) vão tentar obter um selo de origem geográfica para as ostras dos manguezais alagoanos. A ferramenta garante certificação e agrega valor ao produto, além de torná-lo genuinamente alagoano, como se está tentando fazer com a própolis vermelha.


Para isso, é preciso enviar um dossiê ao Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI), sediado no Rio de Janeiro. De acordo com o superintendente Edson Maruta, da Secretaria de Estado da Pesca e Aquicultura, a Depuradora de Ostras instalada no município de Coruripe vai colaborar com esse processo, pois garante mais qualidade ao produto.


“A Depuradora é única no Brasil, dessa forma, a ostra com maior qualidade vai ser a de Alagoas. Também sabemos que essa ostra é típica dos manguezais aqui do Estado, ela não foi importada de outras regiões. E ela é produzida em harmonia com o meio ambiente”, frisou o superintendente.


Segundo o governador Teotonio Vilela, que participou da inauguração da unidade nesta segunda-feira (2), no povoado Barreiras, em Coruripe, a Depuradora significa apoio para ações que vão ocorrer no futuro.


“Vamos beneficiar a produção atual e também os projetos que ainda virão. Sabemos que o Estado é vocacionado para as atividades de aqüicultura e pesca. Temos mais de 200 quilômetros de costa doce, com o Rio São Francisco, e quase 300 quilômetros de costa salgada, com o mar, além de 17 lagoas que deságuam no mar”, frisou o governador Teotonio Vilela.


Ele também ressaltou que Alagoas estava há quase 30 anos sem nenhuma parceria com entidades internacionais, como AECID e Banco Mundial. “Estamos resgatando a credibilidade do Estado e trazendo parcerias para apoiar os segmentos produtivos”, afirmou.

Comercialização – A Associação de Maricultoras da Comunidade Barreiras (AOBARCO), em Coruripe, é formada por 15 integrantes, quase todas mulheres, que a partir de agora vão garantir mais qualidade à sua produção, e assim, agregar valor.


Uma das beneficiadas é Socorro Lessa de Oliveira, que há 10 anos está na atividade. Ela é esposa de pescador e, além de produzir ostras, vende peixe na feira do município. Segundo dona Socorro, as ostras maiores são vendidas por R$ 10 a dúzia, e as menores são vendidas por R$ 6. “A gente ainda não vende pra hotéis e restaurantes não. São pessoas mesmo que compram”, explicou.


Mas ela acredita que a partir de agora a comercialização vai melhorar. Ela informou também que as associadas trabalham com 250 mesas, que são as estruturas onde as ostras são mantidas dentro do rio.


O grupo tem o apoio do governo do Estado, da AECID, do Sebrae/AL e da Prefeitura Municipal de Coruripe, além do Ministério da Pesca e do Ibama. “Precisamos continuar com nossa atividade. Queremos o apoio de todo mundo”, citou a presidente da Associação AOBARCO, Rosa Edite.


Outras ações – O secretário de Estado da Agricultura e do Desenvolvimento Agrário, Jorge Dantas, frisou que, além do apoio na área de aqüicultura, o governo, por meio da Seagri, já garantiu sementes para os agricultores familiares da região. “Ainda esta semana os agricultores de Coruripe terão as sementes para iniciar o plantio”, garantiu.


Ele também ressaltou um projeto de irrigação na região da Pindorama, também em Coruripe, em parceria com a Codevasf, para beneficiar cerca de mil colonos da Cooperativa Pindorama. “A produção deles vai melhorar, assim, terão mais renda e melhoria de vida”, disse.