A produção de leite na região da Bacia Leiteira e Médio Sertão é considerada a atividade que mais gera renda para as famílias do campo. Para fortalecer ainda mais essa atividade, que é passada de pai para filho, o governo do Estado, por meio da Secretaria da Agricultura e do Desenvolvimento Agrário (Seagri), executa uma série de ações que estão beneficiando quem é produtor de leite.

Enquanto, numa ponta da cadeia, o Programa do Leite beneficia os criadores, na outra ponta os beneficiados são as famílias carentes, que recebem o produto como um complemento alimentar para crianças e idosos.

Atualmente, é distribuído um litro de leite diariamente para cada uma das 63,5 mil famílias, em todos os 102 municípios alagoanos. Até 2010, a distribuição era de 53,5 mil litros, numa parceria entre governo Federal, por meio do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), e governo do Estado, que entra com a contrapartida mais a logística e a coordenação.

“A partir daquele ano, por iniciativa do governador Teotonio Vilela, a cota foi aumentada em 10 mil litros, que são adquiridos com recursos do próprio Estado”, frisou o secretário da Agricultura, Jorge Dantas. “Nossa meta é ampliar essa cota, pois assim estaremos beneficiando outros agricultores, que vão poder vender sua produção, e também as famílias carentes”, citou o secretário.

De acordo com ele, os técnicos do MDS ressaltaram, numa reunião em Brasília, que o Programa do Leite de Alagoas é um dos mais bem conduzidos em todo o país. “Recebemos o reconhecimento do Ministério pela gestão do programa e o papel que ele desempenha”, disse.

Organizados em módulos de 20 produtores, eles recebem as ações por meio do Programa Alagoas Mais Leite, que tem como objetivo melhorar a qualidade genética dos animais, a nutrição animal, a qualidade do leite e a gestão da unidade produtiva.

Dessa forma, foram entregues máquinas forrageiras, que são usadas para preparar o alimento do gado, e periodicamente são feitos cursos de inseminação artificial em bovinos, no Parque de Exposições Mair Amaral, em Batalha.

“Pelo Alagoas Mais Leite, esses criadores também recebem, por meio de uma permissão de uso, um kit de inseminação artificial, já abastecido com 500 doses de sêmen de touros de alto valor genético. Assim, eles vão melhorar a qualidade de seus animais e também aumentar a produtividade de leite por cabeça”, destacou o secretário de Estado da Agricultura, Jorge Dantas.

Tanques de resfriamento

As associações de criadores também estão recebendo, por meio de uma permissão de uso, mais de 40 tanques de resfriamento de leite. O tanque é instalado num ponto de captação, para onde os criadores levam seu leite até ele ser destinado para os laticínios. Outra ação do Programa Alagoas Mais Leite é a assistência técnica específica, nos moldes do Programa Balde Cheio, da Embrapa.

Ainda como parte das ações do Programa Alagoas Mais Leite, o governo do Estado já cedeu, por meio de uma permissão de uso, dois caminhões com tanque isotérmico, que são usados para fazer o transporte do leite do tanque de resfriamento até o laticínio que fará o beneficiamento.

Um desses caminhões, com capacidade para 8 mil litros de leite, atende as associações de pequenos criadores da região do Baixo São Francisco e do Litoral Sul que vendem sua produção para a Cooperativa Pindorama. O outro foi entregue para atender à região da Bacia Leiteira. De acordo com Antônio Jérson, diretor presidente da Cooperativa Agropecuária Familiar da Bacia Leiteira (Coopaz), o caminhão com tanque isotérmico garante mais qualidade ao produto.

“Já a partir de agora, podemos ter melhoria de preço no leite”, frisou. “Esse caminhão vai atender a 13 associações de produtores em seis municípios, e todo mundo vai ser beneficiado”, analisou Antônio Jérson, no dia em que recebeu o caminhão, que tem um valor estimado em cerca de R$ 200 mil.

Garantia de preço

Jérson e dezenas de outros produtores de leite da região da Bacia Leiteira vendem parte de sua produção para o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) Modalidade Especial Leite, ou Programa do Leite, como é mais conhecido. O programa paga R$ 0,76 por cada litro de leite, enquanto o mercado paga R$ 0,74.

“Se não fosse o Programa do Leite, os laticínios só iam pagar R$ 0,60, como era antes”, comentou Antônio Jérson, lembrando do tempo em que não havia o PAA Leite e os criadores tinham que vender de acordo com o preço oferecido pelo mercado.

“E ele tem razão em seu comentário, pois o preço pago pelo Programa do Leite é constante, ou seja, é o mesmo o ano todo, independente de questões externas, e isso segura também o preço do mercado”, frisou a superintendente de Fortalecimento da Agricultura Familiar da Seagri, Inês Pacheco. Ela também ressaltou o processo de municipalização da entrega do leite, numa parceria com as prefeituras.