A associação que representa os produtores de coco em Alagoas, a Prococo, quer estabelecer uma cadeia produtiva para o produto e, com isso, melhorar as condições de produção, o combate a pragas, o financiamento e o acesso a mercado, como a inclusão do produto na merenda escolar.

“O coco é um energético que, misturado ao milho e a outros alimentos, é muito bom para crianças em idade escolar”, afirmou o presidente da Prococo, Eurico Uchôa. Segundo ele, a entidade também pretende criar um selo verde para o produto, que é natural e traz benefícios para a saúde do consumidor.

“A associação foi fundada há 21 anos e conta hoje com 400 membros. Gostaríamos que os produtores procurassem mais a Prococo, é uma entidade que defende e que luta pelo Estado todo”, apelou Eurico, que foi vice-presidente da entidade logo na primeira gestão, dirigida por Teobaldo Barbosa. Ele já está à frente da entidade há cinco mandatos.

Em Alagoas, existem cerca de 12 mil hectares cultivados com coco, a maior parte da variedade gigante, mas, de acordo com Eurico Uchôa, já se iniciou o cultivo com o coco anão, que leva 3,5 anos para começar a produzir. Uma das principais reivindicações dos produtores é apoio para o combate a pragas e doenças.

Segundo a Prococo, já foram identificadas 23 pragas e doenças nos coqueirais alagoanos. “Com isso, os produtores estão tendo prejuízos”, ressaltou Eurico Uchôa. Ele também lembrou que, para combater essas pragas e doenças, a Prococo conseguiu o apoio da Agência de Fomento de Alagoas (Afal) para aquisição de tratores que vão fazer a pulverização dos coqueirais. “Os tratores estarão equipados com pulverizadores, grades e roçadeiras”, informou, destacando ainda que o Sebrae/AL, por meio de uma parceria, fará a capacitação dos produtores para gerenciamento e uso das máquinas.

Parceria – Outra iniciativa para apoiar os produtores de coco conta com ações da Secretaria de Estado da Agricultura e do Desenvolvimento Agrário (Seagri), que procurou técnicos da Embrapa Tabuleiros Costeiros, sediada em Aracaju (SE). Alguns problemas e a forma de atuação foram definidos durante uma reunião ocorrida em Piaçabuçu, entre produtores, representantes das duas entidades e das prefeituras.

O secretário de Estado Adjunto da Agricultura, José Marinho Júnior, salientou que a parceria com a Embrapa Tabuleiros Costeiros será para pesquisa e transferência de tecnologia. Ele procurou a Embrapa, em Sergipe, após demanda apresentada pelos produtores alagoanos.

“Desde o primeiro momento, o governador Teotonio Vilela colocou a Secretaria de Agricultura à disposição. Assim, procuramos a Embrapa e acreditamos que, com o apoio dos produtores, vamos solucionar alguns problemas”, enfatizou.

“É importante também, além de investir e reorganizar a produção de coco, que os produtores busquem diversificar a produção, para que obtenham renda de outras atividades”, citou José Marinho. De acordo com o chefe geral da Embrapa Tabuleiros Costeiros, Edson Diogo Tavares, serão realizados cursos, treinamentos, capacitações e dias de campo tanto para técnicos da Seagri quanto para produtores.

Comercialização – De acordo com Eurico Uchôa, presidente da Prococo, a média de produção de cada árvore, por ano, é de 47 frutos, o que é uma produtividade baixa. “A maior parte da produção alagoana vai para São Paulo. Os atravessadores chegam a comprar o produto por R$ 0,45 a unidade. Isso não remunera o produtor, que é familiar”, citou.

“Por isso, precisamos de uma cadeia produtiva aqui no Estado”, argumentou. ”Os filhos de produtores sempre dão continuidade à produção. Dessa forma, as propriedades sempre ficam menores, mas eles não abandonam a atividade”, destacou.

Ainda de acordo com Eurico Uchôa, outro problema que atinge os produtores é o roubo de coco em todo o Estado. Ele também citou que algumas áreas com coqueirais estão ocupadas por sem-terra. Quem desejar fazer contato com a Prococo pode mandar e-mail para prococo@ig.com.br ou ligar para o número (82) 3221-2111.