A explosão de uma bomba caseira no banheiro masculino do andar térreo da Câmara Municipal de Arapiraca no dia 16 de fevereiro causou pânico entre funcionários, vereadores e convidados. O impacto provocou a quebra da bacia do vaso sanitário, assim como a porta e vidraças do banheiro. Neste sábado, dois meses depois, o crime ainda não está claro e nem tão pouco perto de ser esclarecido.
No momento da explosão, estava sendo realizada uma sessão solene para a entrega da Comenda Manoel André, a mais importante do município, ao ex-superintendente da Caixa Econômica Federal em Alagoas, Paulo Sérgio Barbosa, sobrinho do ex-prefeito Severino Leão e um dos nomes especulados como candidato a sucessão do prefeito Luciano Barbosa (PMDB).
O fato aconteceu semanas após uma auditoria do Ministério Público na folha de pagamento dos servidores da Casa. Cortes de gratificações e demissões de servidores que não são concursados foram algumas das medidas adotadas. O próprio presidente Adalberto Saturnino se pronunciou levantando a hipótese de represália de algum funcionário que foi demitido.
Completados dois meses após o atentado, a reportagem do Minuto Arapiraca procurou o presidente da casa e o delegado regional de Arapiraca Valdeks Pereira, responsável pelo caso, para falarem sobre as atitudes tomadas após a explosão e sobre o andamento do inquérito.
Medidas tomadas
Por telefone, o presidente Adalberto Saturnino não quis falar muito sobre o caso, apenas contou que nesta semana, foram instaladas oito câmeras de videomonitoramento para controlar o trafego de pessoas dentro do legislativo municipal.
“O equipamento foi instalado dentro do plenário, nos corredores e na entrada do prédio. Queremos evitar com um caso como esse aconteça novamente”, relatou o vereador, que ainda acrescentou: “Só quem pode falar sobre a explosão é o delegado responsável pela investigação”.
Novo prazo
Segundo Valdeks Pereira, nesta semana foi encaminhado ao Fórum de Arapiraca um pedido de prorrogação do prazo para entrega do inquérito sobre o caso. A solicitação aconteceu devido a Polícia Civil ainda não ter recebido a pericia do Instituto de Criminalística.
O delegado ainda contou que durante os dois meses já foram ouvidas cerca de 20 pessoas, mas que até agora não existe nada de concreto. “Conversamos com muita gente, mas precisamos da pericia para que possamos adiantar as investigações. Até agora só temos boato”, falou Valdeks Pereira.