A secretária de Educação do Rio de Janeiro, Cláudia Costin, se reuniu nesta terça-feira com a direção da Escola Municipal Tasso da Silveira e psicólogos para construir um cronograma de volta gradativa às aulas na instituição. O objetivo é que os alunos sofram o menos possível com a readaptação.
Segundo a secretária, o período de readaptação dos alunos à escola deve durar pelo menos três semanas e as aulas devem recomeçar gradativamente. "Estamos montando um cronograma. Na segunda-feira, uma das turmas retorna. Na terça, retornam duas e, assim, progressivamente. Vamos ter, aproximadamente, três semanas de readaptação dos alunos. Os psicólogos nos recomendaram que não se reunisse todas as crianças no mesmo momento para evitar a superexposição", disse.
Hoje, cerca de 60 profissionais, entre psicólogos e assistentes sociais, fizeram um trabalho de acolhimento para receber os professores da escola. O colégio também foi aberto para receber alunos e mães que buscavam o material escolar deixado pelos filhos no dia do ataque do atirador, que matou 12 crianças.
Cláudia Costin disse que a escola está passando por uma reforma, recebendo pintura e mudança de portas. Outra alteração será feita na destinação das duas salas de aula que foram alvo do atirador. Esses recintos serão usados, a partir de agora, como sala de atividades e laboratório de informática.
"Vai haver um psicólogo residente que vai ficar dentro da escola o tempo todo, vai haver atividades culturais em que, com arteterapia, os alunos possam expressar seus sentimentos, fazer intervenções artísticas, murais, poemas, para trabalhar um pouco tudo o que eles passaram", contou a secretária.
Na reunião, ficou decidido também que as provas bimestrais estão suspensas e que haverá reposição de conteúdo no momento em que os psicólogos perceberem que os alunos estão prontos para voltar a aprender.
Atentado
Um homem matou pelo menos 12 estudantes a tiros ao invadir a Escola Municipal Tasso da Silveira, em Realengo, zona oeste do Rio de Janeiro, na manhã do dia 7 de abril. Wellington Menezes de Oliveira, 24 anos, era ex-aluno da instituição de ensino e, segundo a polícia, se suicidou logo após o atentado. O atirador portava duas armas e utilizava dispositivos para recarregar os revólveres rapidamente. As vítimas tinham entre 12 e 14 anos. Outras 18 ficaram feridas.
Wellington entrou no local alegando ser palestrante. Ele se dirigiu até uma sala de aula e passou a atirar na cabeça de alunos. A ação só foi interrompida com a chegada de um sargento da Polícia Militar, que estava a duas quadras da escola quando foi acionado. Ele conseguiu acertar o atirador, que se matou em seguida. Em uma carta, Wellington não deu razões para o ataque - apenas pediu perdão de Deus e que nenhuma pessoa "impura" tocasse em seu corpo.