Os correspondentes estrangeiros na Argentina pediram nesta terça-feira em carta à embaixada dos EUA que explique por que rejeitou a concessão do visto à jornalista alemã Gabriele Weber, que investiga a adoção de um bebê por um adido militar americano durante a ditadura (1976-1983).
A informação foi dada pela própria Associação de Correspondentes Estrangeiros na Argentina (ACE).
Com a assinatura da presidente da ACE, Suzanne Thiais, e de seu vice-presidente, Juan Buchet, a entidade destacou que Weber é uma jornalista independente que faz parte da associação desde 2006.
Em uma declaração enviada à ACE, Weber disse estar "trabalhando no caso do roubo sistemático de menores durante a ditadura" e assegurou que havia apresentado "provas contra o então adido militar na embaixada dos EUA, William Desreis".
"Em 1980, Desreis adotou um bebê em circunstâncias obscuras", relatou em sua carta a jornalista alemã.
A correspondente, que trabalha para as rádios ORF e ARD, ambas da Alemanha, acrescentou que neste processo acaba de "pedir o testemunho (por meio de um mandado diplomático) da (secretária de Estado) Hillary Clinton".
Weber relata também os fatos de sua chegada a Washington, em agosto de 2010 com o visto exigido a cidadãos alemães, apesar do que impediram sua entrada no país.
"Não me deixaram entrar. Me interrogaram sobre meus planos nos EUA, tiraram uma fotocópia de meus documentos de equipamentos e depois de sete horas me mandaram de volta. Escreveram em meu passaporte a palavra ''refused'' (recusada)", disse Weber em sua carta, distribuída pela ACE.
"Além disso -acrescentou na declaração- estou investigando o ''suposto'' sequestro do criminoso nazista Adolf Eichmann (em 1960 na Argentina). Ganhei a autorização do serviço de inteligência alemã BND para ter acesso a seus documentos".