O ministro da Fazenda, Guido Mantega, atribuiu a alta do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) à alta dos preços dos alimentos. O aumento da inflação vai contra os planos e as medidas anunciadas pelo governo desde o fim do ano passado na tentativa de frear pressões inflacionárias. Na noite de ontem, Mantega anunciou novas medidas para tentar frear a busca de crédito no exterior.

"Os analistas se enganaram, houve um repique da inflação de alimentos, que não era esperado, tem a ver com o regime de chuvas, foi excepcional, sabemos que todo ano, a essa altura, (o preço dos) alimentos começam a cair, foi fundamentalmente alimentos e tem que cair a partir de abril. Daqui a pouco isso cai. O setor de serviços já dá sinais de queda na inflação. Estamos vigilantes, vamos tomar medidas mesmo sabendo que daqui a pouco a inflação de alimentos vai cair", disse.

Além de tentar conter a alta da inflação, desestimulando a tomada de crédito a longo prazo, o governo também tenta conter a valorização do real frente ao dólar, o que prejudica as exportações brasileiras. Mesmo com a última medida macroprudencial anunciada ontem pelo governo - a de aumentar de um para dois anos o prazo de empréstimo tomado no exterior para ser isento de Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), o dólar hoje teve nova queda e já atingiu valor abaixo de R$ 1,60.