As novas cédulas de R$50 e R$100 reais, que começaram a circular desde o começo deste ano e podem ser adquiridas em bancos e caixas automáticos, têm despertado a desconfiança de muitos alagoanos, que ainda desconhecem a mudança.
Nos estabelecimentos comerciais não é difícil observar o operador de caixa tentando verificar, nas notas antigas, características como a qualidade do papel e a existência da fita de segurança e isso se aplica para as novas, apesar das diferenças.
O Banco Central (Bacen) redesenhou a marca d’agua, o registro coincidente e a imagem latente das notas, com o objetivo de inibir falsificações, pois elas serão protegidas por uma faixa holográfica com desenho personalizado para cada denominação, além de terem tamanhos diferentes de acordo com o valor. O restante das notas – de R$ 2, R$ 5, R$ 10 e R$ 20 – será trocado gradualmente até 2012. A nota de R$1 foi substituída por moedas, que são mais baratas para os cofres públicos.
Na cédula de R$100 permanecem a garoupa de um lado e a efígie da República, do outro. Na nota de R$ 50 continuam a onça pintada e efígie da República. Os animais, porém, estão na posição horizontal, uma vez que no modelo atual, aparecem na posição vertical. No entanto, essas informações não impediram que o professor José Victor da Silva passasse por uma situação constrangedora, ao tentar trocar uma nota nova de R$ 50 reais em um mercadinho no Conjunto Graciliano Ramos, no Tabuleiro do Martins.
“A operadora de caixa não aceitou, disse que a nota era falsa. Tive que pegar uma antiga para realizar a compra. Eu recebi o dinheiro no banco e senti dificuldade em repassar. Acho que nos supermercados maiores os caixas estão mais preparados. Mesmo com essas dificuldades acredito que as falsificações vão diminuir com o novo dinheiro. As notas de R$ 5, R$ 10 e R$ 50 são as mais fáceis de copiar, mas agora houve uma mudança no tamanho das cédulas”, destacou.
Segundo a comerciante Karinne Almeida, que possui um mercadinho na praia do Francês, os clientes ainda não se acostumaram em receber as novas notas e alguns pensam que o dinheiro é falso ou que é euro – moeda europeia. Ela contou que ao tentar pagar o conserto do ar-condicionado de seu veículo, em Maceió, a cédula também não foi aceita.
“Muitos clientes não querem receber e temos que trocar por notas antigas. Até no banco temos tido dificuldade porque como o tamanho das cédulas é diferente e os malotes são maiores”, contou.
Falsificação
Casos de falsificação são investigados pela Polícia Federal. Para que não haja problemas quanto a isso é necessário observar alguns elementos de segurança, a exemplo da marca d´água, do relevo e da textura do papel. As cédulas falsas não são trocadas pelo Bacen ou pelo Governo.
A falsificação é crime previsto pelo artigo 289 do Código Penal, com pena prevista de 3 a 12 anos de prisão. Quem tentar colocar uma cédula falsa em circulação depois de tomar conhecimento de sua falsidade, mesmo que a tenha recebido de boa fé, pode ser condenado a uma pena de 6 meses a 2 anos de detenção.