Em Assembléia realizada no último sábado (19), estudantes da Ufal e da Uncisal decidiram organizar um ato com o objetivo de chamar a atenção das autoridades e da população em geral para os absurdos que se repetem nas duas principais universidades públicas do estado. O ato marca o início da campanha estadual Em Defesa da Qualidade da Educação e acontece na próxima segunda (28), às 9h, em frente à Uncisal, a expectativa da comissão executiva da ANEL (Assembléia Nacional dos Estudantes - Livre) em Alagoas, entidade que está à frente da organização do ato, é que cerca de 300 estudantes participem. “Os estudantes estão cansados de tanto descaso, os problemas são similares e se repetem ano após ano”, disse a estudante de comunicação da Ufal, Sarah Mendes.

Somando a esses problemas estruturais, o ato do dia 28 é contra ao novo ENEM como passaporte de entrada para Ufal e Uncisal, os estudantes alegam que as vagas das universidades, que por si já são insuficientes para a demanda do estado, serão disputadas por todo o Brasil. Estudantes do Sudeste, que contam com uma educação de mais qualidade, teriam mais facilidade de conseguir a aprovação do que os estudantes do estado, além do que, esses, quando se formarem, voltarão para suas cidades de origem, o que prejudicaria o estado que contaria com menos profissionais. O ato é, também, contra o cancelamento dos concursos públicos para professores. Para garantir que os estudantes não fiquem sem aulas e os profissionais sobrecarregados, prejudicando o andamento das aulas, o andamento das pesquisas e a extensão.

A Uncisal se mantém nos últimos anos com verbas destinadas aos hospitais e com as taxas de inscrição do vestibular, o resultado é uma quantidade insuficiente de laboratórios, o que acaba privando os alunos de aulas práticas, prejudicando a qualidade do aprendizado. Além disso, o quadro de professores concursados é pequeno diante da demanda dos cursos. “O curso de enfermagem possui apenas dois professores concursados e os tecnológicos não possuem sequer um”, diz a estudante de enfermagem da Uncisal “Juliana Monteiro.

A assistência estudantil é outro ponto fraco do ensino superior em Alagoas. Além da situação precária da residência universitária da Ufal, o restaurante universitário oferta 3 mil refeições por dia, sendo que a universidade possui 16 mil alunos matriculados. O problema da assistência estudantil se repete na Uncisal, a universidade não dispõe de restaurante universitário, o que prejudica a permanência de pessoas de baixa renda nos cursos, pois a maioria deles tem carga horária extensa, com aulas de manhã e à tarde, forçando os alunos a almoçarem por lá.

Os universitários do estado se uniram para mostrar que não dá mais para tratar esse caos com naturalidade “A ideia de que a situação caótica dos serviços públicos é normal já passou da hora de acabar. O descaso com a saúde e a educação deve ser tratado efetivamente como crime. Um crime contra o povo e contra a própria legislação do país. Nós pedimos aos estudantes, professores e técnicos das universidades que não fiquem de braços cruzados e compareçam segunda-feira no ato”, falou o estudante de Terapia Ocupacional e coordenador geral do DCE da Uncisal, Emersom Padilha.

 

Serviço

Campanha estadual em defesa da educação

Data: 28 de março

Horário: a partir das 9h

Local: Em frente à Uncisal (Rua Doutor Jorge de Lima, 113 - Trapiche da Barra - Maceió/AL)

Mais informações: 9107-0108, 9329-5429, 8881-1234 ou 9119-9866